Boa Midia

A terra e sua gente

GUARANÁ – Marca regional mais conhecida em Mato Grosso, o Guarantá Marajá nasceu da ousadia do empresário Djalma Pimenta, em Rondonópolis.

Nenhum produto mato-grossense industrializado é tão conhecido quanto o Marajá, que durante três décadas foi fabricado em Rondonópolis pela empresa do mesmo nome do produto.

Em todos os municípios mato-grossenses há pontos de venda dessa bebida, que está nas geladeiras dos pequenos botecos de beira de estrada e nos freezers dos bares mais sofisticados, nas padarias, mercearias e supermercados.

Djalma Pimenta resolveu se aposentar e vendeu a fábrica para um grupo em Várzea Grande, onde a mesma permanece em atividade.

 

EXPOSUL – Rondonópolis realizava uma acanhada feira agropecuária em Vila Operária, antes de ganhar o Parque de Exposição Governador Wilmar Peres de Farias, inaugurado em 1989. Quem o idealizou e liderou sua construação foi o então presidente do Sindicato Rural, Zeca D’Ávila.

A Exposul é uma das maiores exposições do mundo. Zeca presidiu a Federação da Agricultura e Pecuária (Famato) e o Fundo Emergencial da Febre Aftosa (Fefa). Foi diretor-secretário da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e deputado estadual –  vice-presidente e presidente da Assembleia Legislativa.

 

ARRASA-QUARTEIRÃO – Aos 20 anos Jakelyne Oliveira da Silva foi a brasileira mais bonita, segundo o júri que a elegeu Miss Brasil em 29 de setembro de 2013, em Belo Horizonte.

Antes de ganhar o Miss Brasil Jakelyne foi Miss Mato Grosso e Miss Rondonópolis, sua cidade. De quebra, conquistou o quinto lugar no Miss Universo disputado por 86 candidatas em Moscou, na Rússia, no sábado, 9 de novembro de 2013.

Jakelyne nasceu e mora em Vila Operária, bairro de Rondonópolis. Cursou engenharia agrícola e ambiental. É morena clara e tem medidas perfeitas do tipo arrasa-quarteirão: 1,74 m de pura beleza, 90 cm de busto, 92 cm de quadril e 62 cm de cintura.

 

 MAGO DAS ARTES – Quando os traços que dão vida às telas se juntam ao samba que dita o ritmo das passistas e levanta a avenida na passagem das alas da escola de samba, o casamento é perfeito. Dá asas à imaginação, rompe o espaço, supera distância. É pela força dessa união que a tricentenária Cuiabá invadiu Niterói, na Terça-feira Gorda de Carnaval em 2019, com a Magnólia Brasil, soltando o grito cantando A Corte da Magnólia Brasil em terras Cuyabanezas espalhando seu azul e branco ampliado pelo multicolorido das telas de um artista plástico nascido no cerrado e criado ao ritmo do sertanejo, Wander Melo.

Artista completo e em tempo integral. Assim é Wander Melo, que antes de utilizar o lápis em sua alfabetização, com ele rabiscava dando asas à sua imaginação criando assim suas primeiras obras. Isso, quando aluno do Grupo Escolar Costa e Silva, na pequena goiana Portelândia, onde sua família morou por alguns anos. Porém, foi em sua terra, Rondonópolis, que ele se despontou para a arte, que primeiro conquistou Mato Grosso e depois se espalhou para o mundo. Com dimensão criativa universal, as telas de Wander Melo encantam todos os públicos em todos os lugares, mas sem prejuízo a esse princípio, o artista abre espaço especial à realidade mato-grossense, como evidenciam as duas obras que ilustram este texto

 

DA LAVOURA AO SENADO – Mato Grosso perdeu o senador Jonas Pinheiro, que travou uma guerra diária silenciosa com o diabetes, mas que  foi derrotado em 19 de fevereiro de 2008, num leito de UTI do Hospital Amecor, em Cuiabá, onde estava internado desde  o dia 10 daquele mês. O empresário rural e agrônomo Gilberto Flávio Goellner assumiu a cadeira do titular e cumpriu o mandato até o término.

Gaúcho, Gollner se mudou para Patrocínio, no Triângulo Mineiro, em 1977, mas não se adaptou na região. Em 1982 investiu em Pedra Preta e expandiu os negócios para outros municípios, e instalou em Rondonópolis a sede de seu grupo Girassol. Presidiu a Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso (Fundação MT) e a Associação dos Produtores de Sementes (Aprosmat), foi vice-presidente do Sindicato Rural de Rondonópolis e participou da fundação da Associação Mato-grossense dos Ptodutores de Algodão (Ampa).

TOGA – Em 1969 a juíza Shelma Lombardi de Kato tinha um quê de onipresença pra cumprir a difícil missão da magistratura na comarca de Alto Garças, e por falta de magistrados, ocupar também as comarcas de Alto Araguaia e Barra do Garças – que se estendia à divisa com o Pará.

Primeira magistrada mato-grossense e uma das pioneiras na magistratura brasileira, Shelma também coleciona o  título de precursora feminina  nos tribunais de Justiça,  numa época em que o machismo prevalecia em todas as esferas do poder.

Em sua carreira presidiu o Tribunal de Justiça de Mato Grosso

 

O SONHADOR – Quem conhece Rondonópolis sabe da  importância do Aeroporto Maestro Marinho Franco, naquela cidade. O que nem todos sabem é que sua construção leva o DNA de Nelson Pereira, Lopes, o Nelsão, que durante muitos anos, em diversas esferas, lutou por sua conquista.

 

Nelsão foi vereador por Rondonópolis, e no cargo fez do aeroporto sua grande bandeira. Nascido em Poxoréu, mas rondonopolitano por adoção desde a juventude. Balconista, contador, radialista, jornalista, empresário da Comunicação, advogado, Nelsão era incansável e foi governador do Distrito 4440 do Rotary Clube.

Em 24 de março de 2017 Nelsão trocou Rondonópolis pelo plano espiritual.

 

NELORISTA – Antônio Luiz de Castro foi um dos maiores neloristas brasileiros. Em sua Fazenda Paulicéia, em Rondonópolis, nasceu no dia 18 de agosto de 1990, o lendário Panagpur, o mais famoso exemplar nelore do Brasil em todos os tempos, tendo entre suas conquistas seis títulos de Campeão da Exponel e cinco da Expozebu.

Em 28 de setembro de 2003, na capital paulista, Antônio Luiz de Castro fechou os olhos para sempre. Sua luta pelo melhoramento genético bovino iniciada em 1961 na Fazenda Paulicéia, foi transferida aos filhos Chico e Dora.Em 3 de janeiro de 2007 Panagpur passou a pastar em outra dimensão deixando sua descendência em incontáveis fazendas Brasil afora.

 

QUADRAS – Ao partir, Bruna Mendes de Paes tinha 29 anos e há três deixara as quadras para gerenciar uma loja no Shopping Três Américas, em Cuiabá. Na noite de 21 de agosto de 2016 ela seguia para sua casa em Rondonópolis, onde passaria férias com os pais, mas sua viagem e sua vida foram interrompidas por um caminhão canavieiro, que na contramão bateu de frente com seu automóvel, onde viajava no banco de trás.

A maior tenista de Mato Grosso em todos os tempos sofreu graves lesões. A colisão aconteceu por volta de 21 horas no município de São Pedro da Cipa e ela foi removida por socorristas para um hospital na vizinha Jaciara, onde não resistiu aos ferimentos e fechou para sempre os olhos.

Bruna Paes continua paixão de Rondonópoliscidade onde nasceu e ensaiou seus primeiros passos de sua carreira vitoriosa nas quadras.

Bruna Paes Open de Tênis – em memória. Esse foi o nome da 4ª edição do Circuito Estadual de Tênis de Mato Grosso 2019. A homenagem da Federação Mato-grossense de Tênis (FMTT) foi a mais justa possível. Afinal, ela esteve entre as melhores tenistas do Brasil –  e o Caiçara Tênis Clube, palco daquela competição, foi o primeiro endereço dos seus shows de quadra.

 

ALÔ – Rondonópolis, a Cidade do Marechal, em alusão ao Patrono das Comunicações, não tinha telefonia. Em 1968 Antônio Estolano de Souza chegou ao lugar e instalou um sistema de telefone local, que atendia pela sigla STAR – Serviço Telefônico Aut}onomo de Rondonópolis.

Atuante em várias áreas, Estolado foi o principal articulador para a criação do Caiçara Tênis Clube, presidiu a Companhia de Desenvolvimento de Rondonópolis (Coder), que é controlada pela prefeitura, militou politicamente, se candidatou a prefeito, foi influente junto a prefeitos e durante décadas manteve uma fábrica de artefatos de cimento.

 

SÓ ELE – Em Poxoréu, com Lindberg Ribeiro Nunes Rocha não era preciso reeleição pra que ele continuasse prefeito. Em 1967  Lindberg se elegeu vice-prefeito do médico Antônio dos Santos Muniz, que se afastou do cargo no começo do mandato, pra dirigir um hospital Dois anos depois Muniz quis a prefeitura, mas foi cassado por uma manobra de seu vice, que não queria sair do gabinete.

Em 1970 Lindberg se elegeu prefeito. Em 1972 seu primo Lucas Vilela venceu a eleição para a prefeitura e lhe entregu a chave da mesma, sem administrar um dia sequer.

Em 1982 e 1996 Lindberg novamente se elegeu prefeito. Em 2012 sua mulher Jane Sanchez foi prefeita, com ele ao seu lado.

Coisas da política.

 

 O SENHOR UNIÃO – Lamartine da Nóbrega foi figura emblemática em Rondonópolis. Chefe da Receita Federal até se aposentar, Lamartine participou de muitas campanhas sociais, mas se destacou principalmente por sua ligação com o União Esporte Clube, do qual foi um dos fundadores tendo sido seu primeiro presidente e o dirigido em outras oportunidades.

Aos 88 anos, Lamartine, acreano de Xapuri, mas rondonopolitano por opção e coração, subiu para o plano superior em 5 de novembro de 2016, depois de permanecer internado num leito da Santa Casa de Misericórdia.

 

É ELE! – Irreverência é seu estilo de ser. Sua arte é provocante, desafiadora, atrevida, tem um quê de liberdade. Assim é o artista plástico e contestador Mando Nunes Pantaneiro, com suas vestes extravagantes como se reverenciassem Woodstock.

As esculturas de Mando Nunes se espalham por Rondonópolis e região. Pelo seu modo de ser, às vezes se sente injustiçado e perseguido. A tudo isso responde com bom humor lançando mão de sua expressão preferida: Porracarralho!  Porracarralho! Porracarralho!

Mando Nunes nasceu em Itiquira, com o nome civil de Arman… (bom deixem isso pra lá), mas ele trocou a chamada vida de padrões tradicionais pela arte, que na sua concepção e linguagem move o asteróide chamado Terra.

 

ADEUS – Antônio Ribeiro Torres não está mais entre nós. Perdeu a luta contra o coronavírus fechando os olhos para sempre na tarde desta sexta-feira, no Hospital do Coração, em Goiânia, para onde foi removido em 7 deste mês, após tratamento inicial contra a doença, em Rondonópolis, sua cidade.

Ribeiro superou o vírus, mas não resistiu às suas sequelas no coração e pulmões.

Empresário da comunicação há mais de meio século e do ramo imobiliário, o paulista radicado em Mato Grosso, Antônio Ribeiro Torres, tinha 80 anos – nasceu em 5 de março de 1940. Em Rondonópolis fundou a Rádio Clube AM e a FM 105. Foi um dos maiores loteadores urbanos daquele município tendo lançado e consolidado três dezenas de bairros. Na política, foi prefeito de Barão de Melgaço.

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