A semana em que Janaína quase foi governadora

Quase governadora. Depois de tudo pronto, devidamente costurado, o governador democrata Mauro Mendes recuou e o sonho de Janaína Riva (MDB) de ser governadora constitucional foi por águas abaixo. Isso foi o que aconteceu no começo da semana que neste 25 de maio chega ao fim.
O detalhe: aconteceu longe do olhar do cidadão e de praticamente toda a classe política mato-grossense.
Presidente em exercício da Assembleia Legislativa, Janaína é o segundo nome na linha sucessória de Mauro. Na semana passada – também sem alarde e longe do conhecimento popular – o vice-governador Otaviano Pivetta (PDT) embarcou para a Europa e no dia 19 proferiu palestra sobre sustentabilidade num evento sobre esse tema na Universidade de Oxford, na cidade do mesmo nome, na Inglaterra.
Bem antes do embarque de Pivetta, Janaína sabia sobre a viagem e procurou Mauro pra que ele se ausentasse do Brasil por dois dias – nesse período ela seria governadora. Não há informações sobre o teor da conversa dela com ele. Mas, pode ser algo na base da Oração de São Francisco – eu assumo o Paiaguás e visto sem ressalva sua camisa na Assembleia.
A fonte que revelou esse fato disse que Mauro teria concordado e que teria procurado a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) – a Petrobras dos hermanos na terra do cocalero Evo Morales para discutir a questão da ruptura da entrega plena e constante do gás boliviano a Mato Grosso.
Aparentemente estava tudo combinado. Pivetta na Inglaterra, Mauro na Bolívia e Janaína no Paiaguás. Com os noivos ao pé da altar alguns conselheiros do governador ponderaram que não soaria bem a manobra diante do caos administrativo, com salários escalonados, retenção da RGA e à vésperas de uma greve decretada pelo Sintep – o sindicato dos profissionais da educação – para começar no próximo dia 27.
Os gurus alertaram que mesmo com toda docilidade da mídia amiga, os afagos da Assembleia Legislativa e a afinidade de Mauro com Bolsonaro, não faltaria crítica.
Resumo: O governador recuou. Pivetta voltou para Mato Grosso nesse final de semana. Janaína ficou chateada, porque armou bem, mas sua jogada bateu na trave.
Pra quem não tem boa memória vale acrescentar que Mato Grosso teve uma mulher à frente de seu governo. Foi a vice-governadora Iraci França (PPS), que na ausência do titular Blairo Maggi/PPS (2003/06)), o substituía.
Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes
FOTO: Marcos Lopes – Assembleia Legislativa
Toda um articulação política, digamos, delicada, para a nobre deputada satisfazer sua vaidade? Não é brincar com coisa séria, num momento de crise? E, conforme revelou em entrevistas, não está aguentando presidir a Assembleia, “doida” para o deputado Eduardo Botelho reassumir a presidência. Há coisas que acontecem nos bastidores das quais até Deus duvida.
Antonio de Souza – jornalista – Cuiabá – via Facebook