Investigação sobre construtora fecha tempo entre Botelho e Mauro Mendes

Tempo quente entre o governador Mauro Mendes e o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, ambos filiados ao DEM. A forma como o Gabinete de Comunicação do governo noticiou que a Controladoria Geral do Estado (CGE) investiga 14 empreteiras e servidores públicos por suposto esquema de pagamento de propina aos funcionários estaduais investigados, para a execução de pavimentação pelo Programa de Obras da Petrobras, entre 2012 e 2014, botou Mauro e Botelho em campos opostos.
Sempre zelosa para não criar atrito com os poderes e poderosos, a mídia oficial não toca em casos ditos polêmicos. Porém, sobre a investigação envolvendo uma empresa de Eduardo Botelho, sua conduta mudou e o material ganhou manchete do site secom.mt.gov.br alimentado pelo Palácio Paiaguás. Além disso, a assessoria de Comunicação da CGE distribuiu notas às redações destacando o caso em curso.
O controlador-geral Emerson Hideki Hayashida está à frente do procedimento da CGE que apura pagamentos de propinas a servidores do governo, quando da execução do Programa de Obras da Petrobras, que por meio de convênio injetou R$ 240 milhões nos cofres do Palácio Paiaguás à época governado por Silval Barbosa.
Hideki e Secom apontam o dedo para a Construtora Nhambiquaras, que seria de Botelho, porém dirigida por um irmão e um de seus filhos. De igual modo relacionam entre as construtoras que estariam envolvidas, a Três Irmãos, do deputado estadual tucano Carlos Avalone e irmãos.

A citação vai além das empresas de Botelho e Avalone. Atinge em cheio outras 12 empresas, sendo que boa parte delas executa obras no governo de Mauro. Porém, quanto aos servidores supostamente envolvidos o zelo foi total e sequer seus nomes foram mencionados. Sobre eles a única citação é a de suas iniciais.
A lista das construtoras na mira de Hideki é recheada por alguns dos maiores nomes da construção pesada em Mato Grosso: Agrimat, Apuí, Guaxe, Encomind além do Consórcio Guaxe Encomind, Destesa, EBC, OK Construções, Semec, TR Predicom e Campesatto. A Piran Fomento Mercantil, do empresário Valdir Agostinho Piran, está no centro das investigações. Piran é réu em algumas ações e esteve preso .
Botelho e Avalone não se manifestaram sobre a investigação e o alarde sobre ela. Mauro também está em silêncio. Segundo analistas políticos o clima esquentou na relação entre o governador e o presidente da Assembleia. Isso acontece imediatamente após o vazamento da delação premiada feita pelo ex-gerente do BIC Banco em Cuiabá, Luiz Carlos Cuzziol, a procuradora do Ministério Público Federal, Vanessa Cristhina Marconi Zago Scarmagnani e homologada pelo desembargador Cândido Ribeiro, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Cuzziol delatou aquele que seria um monstruoso esquema corrupto envolvendo figuras do governo e grandes empresários em operações fraudulentas com a intermediação do BIC Banco. Dentre outros, Cuzziol teria delatado Mauro Carvalho, que é o chefe da Casa Civil e o ex-governador Blairo Maggi.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOs:
1 – Maurício Barbant – Assembleia Legislativa
2 – Secom – Divulgação
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