Com Lesco e Gérson Grampolândia Pantaneira pode chegar a Pedro Taques

Pouco antes de escolherem a última refeição, o coronel Evandro Lesco e o cabo Gérson Corrêa, ambos da Polícia Militar, pediram para serem novamente interrogados. O juiz da 11ª Vara Criminal, Marcos Faleiros, acatou os dois pedidos, marcou data para ouvi-los e adiou o julgamento de ambos no tristemente famoso caso da Grampolândia Pantaneira. Lesco e Gérson ganham refresco. Pedro Taques, que era o governador quando dos grampos recorrentes em telefones de seus adversários, críticos, jornalistas que o denunciavam e até mesmo da deputada estadual Janaína Riva (MDB), pode ser duramente atingido pela nova versão do caso, que será dada a Faleiros.
Grampolândia Pantaneira foi o maior atentado contra a cidadania no Brasil em período democrático. Esse crime consistia na gravação de telefones de desafetos e adversários de Pedro Taques. O cabo Gérson é réu confesso sobre gravações. Lesco, até então, tirou o corpo fora, muito embora tivesse admitido que emprestou dinheiro para compra de engenhocas utilizadas para os grampos.
A onda de gravação criminosa começou no apagar das luzes do governo de Silval Barbosa, em 2014, quando Silval era mera figura decorativa e quem dava as ordens políticas no governo era Pedro Taques. Com a posse de Pedro Taques em janeiro de 2015, o crime avançou no Palácio Paiaguás até setembro de 2017 e era operacionalizado por policiais militares – oficiais e praças lotados na Casa Militar e em outros setores da PM, tanto assim que seu comandante coronel Zaqueu Barbosa foi preso sob a acusação de participação no esquema.
Resumindo e para evitar que o caso seja tratado somente na esfera da PM, o chefe da Casa Civil do governo, Paulo Taques, primo de Pedro Taques, foi preso por suspeita de ser um dos mentores do crime.
Mais resumido ainda: não se sabe ao certo quantos foram gravados. O desembargador do Tribunal de Justiça, Orlando Perri, que cuidava do caso, falou em 100 mil grampos – Perri sofreu tentativa de grampo. O que se sabe é que todas as vítimas tinham algum quê político contra Pedro Taques.
O cerco de fechou sobre policiais militares, mas Pedro Taques foi mantido fora. Agora, com a decisão de Lesco e Gérson, de abrirem a boca, Pedro Taques poderá ser chamuscado seriamente, a ponto de dar novo rumo ao curso da até agora insossa ação judicial sobre Grampolândia Pantaneira.
Pedro Taques sempre negou participação no crime. Lesco, que foi chefe da Casa Militar em parte de seu governo. Faleiros ouvirá os dois policiais militares em 16 e 17 de julho. De 14 a 16 de agosto os julgará.
O que Lesco e Gérson disserem em juízo não deverá acrescentar nada ao envolvimento ou não dos até agora citados Se os depoimentos apontarem para Pedro Taques, Grampolândia Pantaneira ganhará cabeça, coisa que até agora não tem, como se tratasse de uma lenda da mula sem cabeça.
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: Arquivo da Secretaria de Comunicação do Governo de Mato Grosso
Isso e pura pizza, povo não tem como prender o cara. E fica fazendo comédia.