Crise à parte, Mauro Mendes revela que contratará comissionados

Mauro Mendes tranquiliza os partidos de sua coligação, deputados da base de sustentação e os aliados na bancada federal: vai contratar comissionados quando passar o fogaréu de agora. Foi isso que o governador democrata recém-empossado disse, em outras palavras, na manhã desta terça-feira, 8, ao vivo, numa entrevista ao repórter Andersen Navarro, na TV Centro América afiliada da Globo.
A fala tranquilizadora de Mauro foi discreta. Ao citar que enxugaria a folha de pagamento, com demissões, acrescentou que tão logo a situação (financeira) permita, recomporá os quadros funcionais. Ou seja, no primeiro momento são demitidas figuras que não se encaixam nos planos políticos do governante, para em seguida ocupar seu lugar com bons e leais companheiros.
O governador não se limitou a tranquilizar companheiros. Destacou que hoje, enviará a Assembleia Legislativa um pacote de medidas para reduzir despesa. A redução dos gastos, na avaliação dele, é a única forma de se encontrar o equilíbrio das finanças públicas. Nesse pacote, a extinção de seis empresas do governo. O repórter perguntou quais, e ele citou a Metamat, que é a empresa de mineração estadual. Para justificar a ordem pra baixar as portas, Mauro observou que uma empresa pública de geologia não tem sentido, porque quem faz pesquisa é o capital privado. Gentilmente o entrevistador não aprofundou o tema, uma vez que a decisão de Mauro tromba com a lógica mundial que vê o setor mineral enquanto estratégico.
Números exatos, não. Mas, mesmo assim Mauro citou que o rombo nas contas do governo é algo em torno de R$ 4 bilhões. A título de exemplo, disse que o montante corresponde a 20 prêmios da Mega da Virada.
O descompasso do governo Pedro Taques, que resultou numa inadimplência pública sem precedente em Mato Grosso foi deixado de lado por Mauro – os dois foram grandes companheiros e dividiram a administração; não ficaria bem critica-lo agora. Mesmo assim ele citou dívidas com prestadores de serviço, servidores e empreiteiros.
Abordar incentivos fiscais no governo Mauro é o mesmo que falar em corda na casa de enforcado. Por isso, o assunto foi providencialmente deixado de lado. Seria constrangedor para o governador discutir os incentivos recebidos no governo Pedro por seu grupo empresarial Bimetal, que entrou em recuperação judicial. Portanto, esse não foi um dos capítulos da entrevista.
Partidos, deputados e outros políticos ligados a Mauro ainda não se manifestaram sobre o aceno do afago com cargos comissionados dentro do princípio da velha máxima política da troca do seis por meia dúzia.
É ELE! – Mauro falou sobre altos salários e deu exemplo: um motorista da Empaer, que dirige um “Golzinho“, segundo ele, receberia R$ 15 mil mensais.
Da Redação com foto sobre vídeo da TV Centro América
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