Nesta terça-feira (16), uma importante nota da Associação Brasileira dos Produtores de Semente de Soja (ABRASS), que tem teor de grave denúncia não mereceu espaço na imprensa mato-grossense nem despertou interesse na Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat), de suas similares e do governo estadual. O presidente da entidade, André Schwening alerta que 27% da leguminosa cultivada na safra 2025/26 não tem certificação.
Schwening destaca que a semente sem certificação deverá produzir 13 milhões de toneladas, provocando uma quebra de safra de 2,8 milhões de toneladas se comparada ao que se colhe em igual área com o cultivo de semente certificada. Isso, na análise do dirigente, terá impacto negativo de 1,9 milhão de tonelada para exportação e de 900 mil toneladas no consumo doméstico.
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A nota da ABRASS não estadualiza o caso, mas evidentemente que Mato Grosso, o maior produtor nacional da leguminosa e que responde por cerca de um terço da soja tupiniquim, está atolado até o pescoço com tal prática.
Lamentável o cenário apresentado pela ABRASS, tanto pela prática e a conivência de produtores rurais quanto pela omissa fiscalização fitossanitária.
Nos anos 1990, a Aprosmat travava uma verdadeira batalha contra a chamada bolsa branca e a soja Maradona de origem argentina. À época eu respondia pela sucursal do Diário de Cuiabá em Rondonópolis, que é a sede da Aprosmat e berço da soja mato-grossense. Naquele período, por diversas vezes produzi material com produtores e com Edeon Vaz Ferreira, que presidia a Aprosmat. Felizmente houve a conscientização do produtor rural, que passou a entender a importância de cultivar soja com certificação produzida por sementeira habilitada, credenciada e qualificada. Essa conscientização avançou com a reforma agrária de travesseiro, aquele em que o pai transfere o domínio da propriedade para o filho formado em curso superior ligado à área agrícola ou ambiental, e também com a exigência da rastreabilidade.
Imaginava que a bolsa branca fosse coisa do passado, nesta terra que é um dos pilares da política de segurança alimentar mundial e onde grandes sementeiras iguais a Petrovina, Salles, Girassol, Amaggi, Batovi, Polato, Ruaro, Itaquerê, Jotabasso, Bom Futuro, Boa Forma e outras atendem suas demandas internas e garantem o fornecimento sementeiro a Mato Grosso. Pena que o agronegócio tenha recuado para uma faixa ultrapassada, porém perigosa.
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