Boa Midia

Verso e reverso dos que querem o poder

Eduardo Gomes

@andradeeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

Há bastante tempo, no período pré-eleitoral, posto séries com o perfil dos candidatos aos cargos majoritários, inclusive nas eleições municipais focalizando os nomes que disputam as prefeituras nos maiores municípios de Mato Grosso. Espero dar continuidade a esse trabalho, com vistas a 2026 na eleição para o governo e para as duas cadeiras no Senado, porém a postagem não poderá acontecer de imediato, não somente em razão da janela de filiação partidária, mas, também pelo quadro turvo no tocante a alguns nomes.

Mauro sorri, mas não quer Jayme ao governo

Para o governo serão focalizados Natasha Slhessarenko (PSD), Wellington Fagundes (PL), Jayme Campos (União) e Otaviano Pivetta (Republicanos). Para o Senado, Antônio Galvan (DC), Pedro Taques (sem partido), Janaína Riva (MDB), José Medeiros (PL), Carlos Fávaro (PSD) e Mauro Mendes (União). No momento não é possível escrever o perfil de alguns nomes por conta de disputas partidárias internas, que poderão mudar o cenário ora apresentado. Porém, outros já podem ser produzidos, independentemente de composições que venham a fazer.

Todos sabem que o senador Jayme Campos não tem apoio da cúpula de seu partido, que sob a liderança de Mauro Mendes deixa claro que apoiará o vice-governador Otaviano Pivetta. Nesse caso, a candidatura de Jayme poderá acontecer por outro partido.

O sogro Wellington com a nora Janaína Riva

O senador Wellington enfrenta forte resistência do bolsonarismo raiz, que o vê na condição de ‘melancia’ e querendo surfar na onda dos seguidores de Jair Bolsonaro, como advertiu Michelle Bolsonaro. Wellington terá que travar uma guerra interna para assegurar a legenda do PL.

Natasha Slhessarenko, apesar do sobrenome que carrega simbolismo político, é figura estranha nos meios políticos e nunca foi vista em defesa de Mato Grosso nem de segmentos sociais. Mesmo assim, sua pré-candidatura avança sob as bênçãos do ministro e senador Carlos Fávaro.

Pivetta está na cômoda posição de beneficiário das dissidências do União Brasil e do PL, além de ter uma sólida base de apoio municipal que construiu ao longo de quase oito anos no cargo de vice-governador.

Pivetta tem apoio de Mauro

Aparentemente para o Senado a única dúvida é se Wellington apoiará sua nora e deputada estadual Janaína Riva ou se os dois estarão em palanques diferentes.


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Galvan é mais bolsonarista do que o próprio Bolsonaro

Mauro Mendes sofreu recentemente alguns arranhões perante o bolsonarismo, por seu bate-boca com o deputado federal autoexilado nos Estados Unidos, Carlos Bolsonaro (PL/SP). Porém, Mauro tem base sólida nos municípios, onde controla a maioria dos prefeitos. Mesmo apoiado por prefeitos, Mauro perderá apoio do bolsonarismo raiz – acreditam analistas – que migrarão para Antônio Galvan, que é mais bolsonarista do que o próprio Bolsonaro.

Antônio Galvan nunca exerceu cargo eletivo e, portanto, se não tem saldo, também não tem débito parlamentar, moral ou administrativo perante o eleitorado.

Fávaro pega carona com Lula

Carlos Fávaro deixou o Senado para os suplentes, em razão de sua nomeação para o cargo de ministro da Agricultura. Embora não seja esquerdista, Fávaro será beneficiado com a votação da esquerda e centro-esquerda, condição essa que o deixa com o pé na reeleição para senador, em razão da fragmentação da direita.

Janaína Riva substitui Carlos Bezerra no MDB, num momento em que o partido está em queda e com seus dois deputados federais: Emanuelzinho Pinheiro e Juarez Costa de malas prontas – o primeiro para o PSD onde seu pai e ex-emedebista Emanuel Pinheiro já se filiou, e o outro, para o Republicanos de Pivetta.

O deputado federal José Medeiros é político com um currículo com uma só linha: liderado por Jair Bolsonaro.

Taques, isolado, sustenta sua divulgação gravando vídeos na internet denunciando erros administrativos de Mauro Mendes, com o conhecimento de quem foi governador.

Fávaro é padrinho de Natasha

Com Natasha, Wellington, Jayme Campos, Pivetta, Galvan, Taques, Janaína Riva, Medeiros, Mauro e Fávaro apresentados somente pelo texto acima é o mesmo que o leitor ler sobre eles na mídia e nas redes sociais. Porém, o blog que não joga conversa fora dará um tratamento sério, isento e preciso sobre todos, de modo que o passado que construíram na vida pública (ou na ausência dela) seja referencial para o eleitorado avaliar se deve ou não votar ou deixar de votar nos mesmos.

Tomando por analogia com a política a frase do líder indiano Mahatma Gandhi: aceito Cristo, mas não o cristianismo, é possível dizer sem medo de errar que a política merece o máximo respeito, mas alguns políticos ao invés de palanque merecem o encarceramento, e outros, nem tanto, mas, também, não reúnem qualidades para a vida pública.

Medeiros com Bolsonaro, quando ele ainda sorria

A série vai passear pelo ontem, onde será possível encontrar ações dignas, atos coerentes e atuações brilhantes de políticos. Porém, nesse baú da memória também será extraído aquilo que é deixado na galeria do esquecimento e para o qual quem o praticou não vê, pois sua trajetória de superficialidade exigiu que quebrasse o retrovisor de sua história, tanto por sua ação direta ou de coadjuvante de esquemas de corrupção.

Na relação que será focalizada e fora dela Mato Grosso tem grandes nomes tanto para o governo quanto para o Senado. Porém, temos que reconhecer que a política mato-grossense além de ser voltada para a eternização no poder, é também familiocrata. Num cenário assim não é fácil o surgimento de novos nomes. Para o pleito de 2026, a direita tentou viabilizar a pré-candidatura ao governo do empresário Odílio Balbinotti Filho, mas antes mesmo que ele assumisse tal condição foi metralhado pelo ‘fogo amigo’.

Taques é lobo solitário

Além dos citados, poderão surgir alguns nomes para os dois cargos, mas nenhum com densidade para vencer uma eleição. A história nos mostra que muitos desses candidatos chamados ‘nanicos’ são usados por grupos políticos para promoverem ataques aos seus adversários ou representar contra eles na Justiça Eleitoral.

Recentemente o deputado estadual Elizeu Nascimento e o vereador por Cuiabá, Rafael Ranalli (ambos do PL) gravaram vídeos defendendo Carlos Bolsonaro, o Carluxo, para o Senado por Mato Grosso. Carluxo era vereador pelo Rio de Janeiro e renunciou em busca de um Estado que lhe ofereça domicílio eleitoral e vaga para concorrer ao Senado. Nesse tempo de migração climática na África, política na Venezuela e social no Haiti, pode-se dizer que Carluxo é um migrante eleitoral. Em respeito ao povo mato-grossense e a alguns ex-senadores não o incluirei na série, por tratar-se de um indivíduo sem nenhum vínculo com nossa terra e que sequer a conhece.

Espero que leiam a série, que terá postagem aleatória. Aguardem!

Fotos:

1 – TSE

2, 3, 5, 7 e 8 – Divulgação 4 – Secom/MT 

6 – Agência Brasil

9 – Agência Senado

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