Boa Midia

As (quase) siamesas redes sociais e Imprensa

Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com

Lula em Campo Verde

Nas redes sociais (existem exceções, mas que não enchem Kombi) impera o radicalismo e o puritanismo seletivo devidamente cuidado para criticar no plano nacional, mas sem entrar no varejo estadual, por conta de eventuais consequências. O internauta bolsonarista ataca Lula até por sua visita a velório e vice-versa. Escrevi um texto enaltecendo a vinda do presidente, que conciliou um programa de fortalecimento da agricultura familiar com a ciência agronômica a partir dos Institutos Federais de Mato Grosso (IFMT) e fiz chamada no Facebook – a reação em nada ficaria a dever se ao invés daquele texto meu personagem fosse Adolf Hitler. Não há discernimento nas redes sociais. Um homem público, independentemente de seu histórico, jornalísticamente tem que ser mencionado pela ação que dirige no momento – o foco abordado. Porém, os infelizes das redes sociais entendem de outra maneira, seletivamente claro.

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Aquele que de modo barulhento deixa Lula nos quintos dos infernos é o mesmo que não abre a boca sobre os escândalos em Mato Grosso. Onde está a indignação contra o abafa sobre a denúncia feita pelo site PNB Online sobre a destinação de 308 milhões que deveriam ser pagos pelo Governo de Mato Grosso à OI, e que no entanto foram destinados a fundos que segundo o site seriam dirigidos por figuras ligadas a parentes do governador Mauro Mendes? Essas figuras menores das redes sociais são desprezíveis.

A imprensa precisa de vitalização e de revitalização, para ser porta-voz dos fatos e não distorcê-los ou omiti-los como se faz nas redes sociais. O principal site em Campo Verde é o cliquef5, que cobre aquela cidade e Primavera do Leste. No entanto, aquele veículo de Comunicação simplesmente omitiu a presença de Lula do dia de sua visita. Em Cuiabá, o midianews abriu manchete com Mauro Mendes focalizando sua fala no palanque de Lula; Mauro Mendes foi duramente vaiado no assentamento Santo Antônio da Fartura, em Campo Verde, onde Lula lançou o programa. O rdnews desconversou abordando o projeto político de Fávaro.

A informação sobre a visita de Lula chegou truncada e filtrada ao leitor. Independentemente de quem seja o pai da criança, o programa Solo Vivo será um importante avanço para a agricultura familiar, ora capenga em Mato Grosso, que busca legumes e frutas na Ceasa, em São Paulo. O lado político que deveria ser explorado foi tratado com o cuidado de quem desce escada ensaboada: a grande vaia que Mauro Mendes recebeu.

A vaia deixa Mauro Mendes em desconforto. Ela significa que a chamada esquerda, liderada em Mato Grosso pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, não o aceita. Desnecessário é dizer que o bolsonarismo não o engole. Porém, a prudência contratual faz a mídia fechar o bico. Enquanto isso a insanidade do internauta conserta o mundo na esfera nacional e fica calada por aqui. Pior, é que cada dia mais e mais as redes sociais ficam a cara da Imprensa e vice-versa.

Foto: Agência Brasil

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