Boa Midia

Série (VII) – Em quem votar ou não votar – Miltão

Eduardo Gomes

@andradeeduardogomes

Miltão (PSOL) de Várzea Grande é o sétimo pré-candidato a prefeito focalizado pela Série Em quem votar ou não votar, que aborda aleatoriamente os nomes que estão em pré-campanha para a Prefeitura de Cuiabá e dos municípios de Barra do Garças, Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis e outras importantes cidades mato-grossenses.

A série começou com Beto Farias (PL), de Barra do Garças; e prosseguiu com Lúdio Cabral (PT)  e Victorio Galli (DC), ambos de Cuiabá; Mariano Kolankiewicz (MDB), de Água Boa;  Teti Augustin (PT) e Adilton Sachetti (Republicanos), ambos de Rondonópolis.

ELEMiltão é apelido e nome político do comerciante Milton Dantas Oliveira nascido em 25 de novembro de 1959 na pequena cidade de Pindaí, no Centro-Sul Baiano, perto do Norte de Minas Gerais.

Com os pais Alice Dantas de Oliveira e Ursolino Batista de Oliveira, Miltão, caçula dos oito filhos do casal Oliveira, veio com a família para Mato Grosso nos anos 1970. Ursolino montou um pequeno comércio em Rondonópolis, mas pouco depois comprou uma área na Serra de São Vicente, município de Santo Antônio de Leverger, perto do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT – Campus São Vicente). A propriedade dos Oliveira fazia divisa com a fazenda dos Müller.

Miltão tinha vontade de estudar e pediu uma bolsa de estudos a Frederico Müller, que era um dos proprietários da fazenda e ocupava cargo importante no governo estadual. Müller o matriculou no Patronato Santo Antônio, em Cuiabá, onde estudou por oito anos. Após concluir o curso técnico em Administração, Miltão por dois anos cursou Gestão Pública na capital mato-grossense.

Em 1978 Miltão comprou dois terrenos na região do bairro Cristo Rei, em Várzea Grande, de onde nunca mais saiu. Em busca do saber, já na terceira idade, Miltão cursa o segundo ano de Direito.

POLÍTICA – Miltão conta que desde criança gosta de política. Em 2000, filiado ao PSDB, candidatou-se a vereador por Várzea Grande cravando 31 votos. Oito anos depois, pelo mesmo partido, tentou chegar à Câmara Municipal, mas seu pedido de registro de candidatura foi indeferido.

SURGE O PSOL – Em 2012 Miltão estava filiado e apaixonado pelo PSOL, e naquele ano disputou a Prefeitura de Várzea Grande com a correligionária Rozanil Guimarães, de vice; sua chapa recebeu 1.831 votos, sendo a menos votada entre os cinco concorrentes e o pleito foi vencido por Walace Guimarães (PMDB), com 47.338 votos, na coligação Várzea Grande com Seriedade (PMDB/PP/PSC/PR/PHS e PT).

Procurador Mauro recebeu 82.208 votos para deputado federal em 2014

Perder quando não é possível vencer. Com esse pensamento Miltão entrou da disputa eleitoral em 2014, quando concorreu para deputado federal pelo PSOL e recebeu 160 votos. O resultado para ele foi considerado ‘normal’, afinal seu partido jogava todas as fichas na candidatura do Procurador Mauro para a Câmara dos Deputados, e o Procurador Mauro recebeu 84.208 votos, mas o PSOL não alcançou o quociente para eleger um deputado congressista.

Em 2016, pela segunda vez ele disputou a prefeitura. Seu vice e correligionário foi Jocimar Boon Wagner, o JB; sua chapa conquistou 747 votos ficando em último lugar entre os cinco candidatos; o pleito foi vencido por Lucimar Campos (DEM) com 95.634 votos (76,16%) pela coligação Para Avançar e Melhorar, composta pelo DEM/PP/PTB/PMDB/PR/PPS/PRTB/PHS/PSB/PRP/PSD/PCdoB e o PTN. A veia política e a paixão pelo PSOL levaram Miltão mais uma vez ao palanque. Em 2018, disputou para deputado federal cravando 339 votos, mas não esmoreceu.

Em 2020 MIltão tentou a prefeitura pela terceira vez. Seu vice foi o pedreiro Marcos Rodrigues Feitosa, o Marcão Pedreiro. Sua chapa recebeu 1.205 votos e foi a última colocada entre os quatro candidatos. Kalil Baracat (MDB) pela coligação Amor por Várzea Grande (PMDB/PP/Podemos/DEM/PSDB/PCdoB e PL) venceu a disputa com 50.918 votos (46,63%).

Miltão é insistente. Em 2022 concorreu mais uma vez para deputado federal e recebeu 206 votos.

Miltão de novo

Miltão preside a federação do PSOL com a Rede Sustentabilidade em Várzea Grande, e por ela é pré-candidato a prefeito. Pela quarta vez tentará conquistar a prefeitura de seu municipio.

Na pré-candidatura Miltão não tem plano de governo oficial, mas assegura que se eleito administrará com a participação da população.

O nome para compor a futura chapa de Miltão ainda não foi escolhido, mas os pré-candidatos a vereador por sua federação já estão praticamente definidos e sua composição – segundo ele – contempla todos os segmentos da população.

Critico do modelo político em Várzea Grande, Miltão o vê como uma espécie de capitania hereditária e bota no mesmo balaio para crítica o prefeito e pré-candidato a prefeito Kalil Baracat (MDB); os irmãos Jayme Campos, senador, e Júlio Campos, deputado estadual e ambos do União Brasil; a ex-prefeita Lucimar Campos (União), o ex-prefeito Tião da Zaeli (PL), a pré-candidata a prefeita Flávia Moretti (PL), o finado ex-prefeito Murilo Domingos, o ex-prefeito Walace Guimarães, o deputado estadual Fábio Tardin (PSB) e o presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (União), que sequer vota em Várzea Grande.

A definição capitania hereditária é debitada aos comentários que se ouvem desde tempos imemoriais dando conta da prática da compra de votos. Miltão cita o exemplo da cassação da chapa vitoriosa para a prefeitura em 2012, com Walace Guimarães (PMDB) na cabeça e o vice Wilton Coelho, o Wiltinho (PR). “Em maio de 2015 a Justiça Eleitoral cassou essa chapa pelo chamado crime de captação ilícita de votos, ou seja a compra de votos”, recorda o pré-candidato a prefeito.

Miltão não economiza em críticas pela falta de um terminal rodoviário na cidade, pelo precário sistema de distribuição de água, condição essa que conhece bem, e pela falta de tratamento do esgoto que é lançado no rio Cuiabá e polui o Pantanal.

Os poucos votos recebidos nas eleições anteriores não o esmorecem. MIltão avalia que o PSOL está em fase de crescimento em muitos estados, e cita o deputado federal Guilherme Boulos, que disputará a Prefeitura de São Paulo com chances reais de eleição. Na avaliação dele, nas eleições municipais em outubro, o PSOL brilhará em Mato Grosso, onde não conta com vereador, vice-prefeito e prefeito.

 

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PS – Continue lendo a série. A postagem dos nomes é aleatória e o texto não focaliza a vida pessoal dos citados.

Permitida a reprodução em sites, revistas, jornais e blogs, desde que na íntegra, mantido o título e informado o nome do jornalista que escreve a série e o endereço eletrônico completo do www.blogdoeduardogomes.com.br

Postado em 22 de junho de 2024

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