RETROSPECTIVA 2020 – Lar doce lar

Ex-mandachuva na Assembleia Legislativa, José Riva, cumpre, desde 5 de outubro, prisão domiciliar de dois anos por recorrentes crimes de colarinho praticados quando por duas décadas exerceu mandatos contínuos de deputado estadual. Nesse período ele deu as cartas na política mato-grossense. A branda condenação é o desfecho de sua delação ao Ministério Público Estadual (MP) homologada em 20 de fevereiro pelo desembargador do Tribunal de Justiça, Marcos Machado.
Como parte do acordo com o MP, Riva recebeu pena branda de quatro anos em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, mas já havia permanecido preso por dois anos, o que reduz sua sentença à metade. Ele também foi condenado a devolver R$ 94 milhões, mas anteriormente entregou um avião de sua propriedade, avaliado em R$ 2 milhões, o que baixou o montante para R$ 92 milhões. Nem Riva nem a Justiça informaram se ele integralizou o montante,
O ex-mandachuva teria sustentado apresentando vídeos, documentos e dados que no período de 1995 a 2014, quando reinou, teriam sido desviados R$ 175 milhões da Assembleia para pagamento de propina a deputados, e teria – segundo sites e jornais cuiabanos – relacionado 38 nomes dos supostos beneficiados. O acordo de delação e as investigações sobre os delatados são mantidos em segredo de justiça, mas fonte ligada ao caso sustenta que além dos supostamente apontados por Riva, haveria mais figuras tanto dos meios políticos quanto empresariais e da Comunicação.
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: Maurício Barbant – Site público da Assembleia Legislativa
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