Boa Midia

(CP e Fr) – Ausência de Bombeiros

Região sem Bombeiros

 

Bombeiros em Juína

O governo estadual menospreza e desconsidera essa região com 37 municípios que representam mais de um terço do território mato-grossense. Prova disso é que em apenas quatro há unidades do Corpo de Bombeiros Militar – nenhum batalhão, apenas companhias.

 

Os Bombeiros estão presentes em Cáceres, Tangará da Serra, Juína e Pontes e Lacerda. Fora dessas quatro cidades é um salve-se quem puder em caso de incêndio, afogamento ou outra ocorrência que exija ação da corporação.

De Juína onde está aquartelada uma companhia dos Bombeiros, a Aripuanã, são 200 quilômetros, mas naquele município e no vizinho Colniza, há comunidades distantes mais de 450 quilômetros do bombeiro mais próximo.

Redação blogdoeduardogomes

FOTO: Chico Valdiner – Site público do Governo de Mato Grosso

 

Políticos delatados e processados

 

Azambuja abocanha a dinheirama

O ex-governador Silval Barbosa (2010/14) delatou 24 ex-deputados estaduais que teriam recebido propina para não interferirem em seu governo. A delação foi homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. Da região, quatro nomes.

 

Na região, a relação dos delatados por Silval é formada pelo ex-deputados estaduais Wagner Ramos (Tangará da Serra), Carlos Antônio Azambuja (Pontes e Lacerda), Airton Rondina – o Português (Araputanga) e Ezequiel Fonseca (Reserva do Cabaçal).

Desse grupo, Azambuja, Portuguès e Ezequiel se tornaram réus por corrupção na Justiça Federal.

No dia 11 deste setembro, o juiz Jeferson Schneider, da 5º Vara Federal de Cuiabá, acatou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra os tais e outras figuras, incluindo o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB),

Em agosto de 2017 a  TV Globo mostrou todos eles recebendo pacotes de dinheiro de Silvio Corrêa, então chefe do Gabinete do à época governador Silval Barbosa.

Tanto Silval quanto Sílvio em delação informaram que se tratava de pagamento de mensalinho pra que os mesmos não questionassem as obras da Copa do Mundo de 2014 nem o programa rodoviário MT Integrado.

A Justiça Federal demorou muito a torná-los réus.

O episódio exibido nos vídeos chocou Mato Grosso, mas todos os protagnistas juram a mais cândida inocência.

RIVA – O ex-deputado estadual e mandachuva da Assembleia, José Riva, delatou ao Ministério Público de Mato Grosso com homologação pelo desembargador do Tribunal de Justiça, Marcos Machado, que pagou R$ 175 milhoes em propina a 38 deputados estaduais e ex-deputados estaduais, no período de 1995 a 2014, pra que os mesmos rezassem por sua cartilha no Legislativo.

Da lista de Riva, na região, fazem parte Ezequiel, Azambuja, Português e Wagner Ramos.

Todos insistem na inocência.

Ezequiel, além de deputado, presidiu a Associação dos Municípios de Mato Grosso (AMM), foi secretário de Estado e deputado federal – tentou a reeleição em 2018, mas foi refugado pelas urnas.

Redação blogdoeduardogomes

FOTO: Sobre imagem da TV Globo

 

Jornalista agredida

 

Márcia, a agredida

Uma data triste pra Imprensa. Em 28 de junho de 2009 a jornalista Márcia Pache, então repórter da TV Centro Oeste, em Pontes e Lacerda, foi agredida com um tapa pelo vereador democrata Lourivaldo Rodrigues de Moraes, o Kirrarinha.

 

A agressão ocorreu nas dependências do Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Cisc) naquela cidade.

O agressor não foi autuado em flagrante pela Polícia Civil, apesar da gravidade do ato intempestivo e dos gritos de Márcia Pache.

Kirrarinha recebeu apoio de seu partido, representado por seu principal líder, o senador Jayme Campos. O caso continua impune.

Redação blogdoeduardogomes

FOTO: Fecebook de Márcia Pache

 

 

Padre assassinado

 

Padre Nazareno Lanciotti era a figura mais querida de Jauru, onde evangelizava desde 1972, logo após chegar ao Brasil vindo de sua terra, a Itália, para atuar na chamada Operação Mato Grosso. Na noite de 11 de fevereiro de 2001, quando jantava em sua casa paroquial juntamente com amigos, o sacerdote foi baleado e 11 dias depois morreu no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para onde foi removido.

 

Dois homens encapuzados e armados invadiram a casa do sacerdote, ameaçaram os presentes, saquearem o dinheiro que tinham e, um deles, iniciou uma macabra roleta-russa, na qual Nazareno foi atingido na nuca por um disparo. Após o crime a dupla fugiu.

Mesmo atingido mortalmente Nazareno manteve a lucidez e teria revelado a um religioso que seu algoz teria lhe dito que fora até sua casa para matá-lo.

Nazareno defendia sem terra e posseiros. À época havia muita disputa agrária na região. Seu assassinato sempre foi visto como crime de pistolagem a mando de interessados em sua morte. Porém, somente o comerciante Antônio Martins da Silva, 45 anos à época, foi condenado pelo crime, pois a polícia encontrou com um cunhado de Antônio, o revólver 38 utilizado para o disparo fatal. A pena de Antônio foi de 23 anos e proferida em 15 de setembro de 2006,

Padre Nazareno ganhou projeção nacional e até internacional por sua participação do Movimento Sacerdotal Mariano (MSM).

Sua morte comoveu Jauru. Um painel com sua foto, na porta da Igreja Nossa Senhora do Pilar, onde era pároco, exibe seu rosto aos que passam.

Redação blogdoeduardogomes com foto

 

Prefeito preso

 

Juvenal
A prisão em flagrante pela Polícia Civil da vizinha Nortelândia, do prefeito de Nova Marilândia, Juvenal Pereira da Silva, por posse ilegal de armas de fogo e crime ambiental não mereceu nota da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).

 

Na quinta-feira, 6 de agosto deste 2020, Juvenal estava numa camionete Hilux, no trecho entre sua cidade e a localidade de São Mateus, quando foi abordado por policiais civis. Além dele, outros três homens ocupavam o veículo – todos foram presos – que foi revistado.

Na revista os policais encontraram duas espingardas, uma calibre 22 e outra 36, e um revólver calibre 38 – todos com munição, e duas pacas abatidas possivelmente a tiros, pois tinham perfurações.

Juvenal tem 58 anos, é prefeito pelo PSDB, e chegou ao cargo com 1.217 votos (54,75%) ao vencer o prefeito Wener Klesley dos Santos (PSD), que recebeu 890 votos (40,04%) ; e Joselino Bisneto de Moura, o Negão (PDT), que cravou 116 votos (5,22%).

O vice-prefeito de Juvenal é Ademar Soave (DEM) e a chapa que os elegeu recebeu o nome de “Nova Marilândia mais humana e fraterna”.

Juvenal pagou fiança e ganhou a liberdade.

 

Redação blogdoeduardogomes

FOTO: Prefeitura de Nova Marilândia – Divulgação

 

 

Jauru, a cidade do padre Nazareno

 

Jauru
Encravado numa região de topografia acidentada, nas imediações do Chapadão dos Parecis, Jauru é um município essencialmente pecuário desde sua formação, muito embora, até os anos 1980 sua economia ainda tivesse na extração de madeiras iguais ao mogno, uma de suas bases de sustentação.

 

A ocupação da área que mais tarde seria Jauru teve início na década de 1940, quando a Companhia de Terras Sul Brasil, sediada em Marília, no interior paulista, adquiriu do Governo de Mato Grosso 250 mil hectares da gleba denominada Paulista, no Alto Jauru, no então limite dos municípios de Cáceres e Vila Bela da Santíssima Trindade, para implantar um projeto de colonização.

A companhia paulista não conseguiu viabilizar o negócio e vendeu a área para a família de Francisco Ângelo Montalar em sociedade com Aurélio Mota e Antenor Pereira de Carvalho. Pequenos bolichos atendiam os colonos pioneiros, numa área reservada pelo colonizador para a formação de uma vila, que surgiu com a chegada dos primeiros moradores na região, ainda em 1953.

Em 1956, a vila ganhou o nome de Cidade de Deus e o manteve por dois anos, mas aos poucos a denominação espontânea dos moradores prevaleceu e o núcleo urbano recebeu o nome de Jauru. Quem ali residia, se referia ao lugar como sendo “a vila lá do Jauru”.

A dia em que se comemora a fundação de Jauru é 12 de outubro. Naquela data, em 1964, chegou à vila a imagem da padroeira do lugar, Nossa Senhora do Pilar, procedente da Espanha e entronizada pelo então bispo de Cáceres, Dom Máximo Biénes.

Com fortes traços católicos, Jauru reverencia a padroeira Nossa Senhora do Pilar, com uma festa anual que é uma mistura de ritos religiosos e comemorações populares. No centro da cidade um grande painel estampa a imagem da santa padroeira. Além dos festejos religiosos, a cidade promove desfile cívico em 7 de setembro e realiza anualmente uma animada Festa do Peão.

Município com 1.358,411 km² e 8.582 habitantes, Jauru tem renda per capita de R$ 31.177,02 e seu Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é 0,673. A pecuária é a sua principal base econômica.

INSTITUCIONAL –  Jauru se emancipou de Cáceres em 20 de dezembro de 1979 por uma lei sancionada pelo governador Frederico Campos. O município é sede de comarca e está interligado à malha rodoviária nacional pavimentada.

Para administrar Jauru, da instalação do município até a posse do primeiro prefeito eleito, foi nomeado Vicente José Lopes, que esteve no cargo por dois anos, de 1º de fevereiro de 1981 a 1º de fevereiro de 1983, quando assumiu a prefeitura José Gonçalves Filho, o Zinho. Posteriormente, em 1996, Zinho foi reeleito para um novo mandato.

Redação blogdoeduardogomes com foto

 

Nas terras de Maria Joana

 

A cidade
A área que mais tarde seria o município de Nova Marilândia foi explorada por garimpeiros de diamantes desde o século XVIII. Mas, o processo de colonização para fim de agropecuária começou nas primeiras décadas do século passado, após a construção das Linhas Telegráficas do Rio de Janeiro ao Amazonas, pelo Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, cuja rede de fios cruzava a região. A extração de diamante normalmente é feita por homens sedentários, sem residências fixas. Foi assim, também com os monchões a beira do riacho Maria Joana até que em 1958 o comprador de diamantes e fazendeiro Manoel Rodrigues de Araújo fundou o vilarejo de Maria Joana, mas tarde rebatizado por Marilândia e, quando da emancipação, por Nova Marilândia para diferenciá-lo da cidade capixaba de idêntico nome.

 

Asfalto liga Nova Marilândia à BR-364 no Chapadão do Parecis

Manoel Rodrigues de Araújo não colonizou Nova Marilândia. Ele apenas lançou as sementes do lugar, que cresceu sem planejamento urbano como tantas outras vilas que surgiram em Mato Grosso na esteira do garimpo, a exemplo de Alto Paraguai e Poxoréu.

Tanto o riacho quanto a vila receberam o nome de Maria Joana, que nos anos 1940 e 1950 foi dona de garimpo e capangueira (compradora de diamantes). Numa entrevista que me concedeu em 2001, seo Marivaldo Teixeira de Lima, 81 anos, garimpeiro aposentado e que viveu na área de Nova Marilândia desde 1939 – quando juntamente com a família trocou Jacobina, na Bahia, por Mato Grosso – disse-me que Maria Joana era rica e influente; ela teria desempenhado importante papel na região, ora resolvendo questões de divisas de terra, ora apaziguando casais, ora emprestando dinheiro, ora encaminhando doentes para tratamento médico em Cuiabá, Mineiros (GO), Guiratinga e Campo Grande (MS).

Questionado sobre o estado civil de Maria Joana, o velho Marivaldo deu resposta lapidar: “Ela estava muito acima disso”.

Nova Marilândia é município da comarca de Arenápolis. A cidade fica aos pés do grande Chapadão do Parecis, mas o município tem área nele. Seus rios são formadores da Bacia do Rio Paraguai .

Nova Marilândia se emancipou de Arenápolis e Diamantino em 19 de dezembro de 1991, por uma lei do deputado Jaime Muraro sancionada pelo governador Jayme Campos. O município tem 1.936,428 km² e faz limites com Diamantino, Nortelândia, Arenápolis, Santo Afonso e Tangará da Serra. Sua população é de 3.304 habitantes. A renda per capita é R$ 51.097,46 e o IDH 0,704 numa escala de zero a um. A cidade dista 270 quilômetros de Cuiabá por rodovia pavimentada.

Após experimentar um longo ciclo de atividade garimpeira Nova Marilândia entrou em declínio social. Porém, desde o começo dos anos 2000 o município desenvolve um programa avícola pelo sistema de integração, que resultou na construção de um frigorífico nas imediações da cidade à margem da MT-160, com capacidade para abate diário superior a 200 mil aves.

A avicultura reaquece a economia local, Nova Marilândia ganha novas empresas e a construção civil que durante anos esteve praticamente paralisada, foi retomada. O aspecto fantasmagórico que dava o tom do lugar com o fim do garimpo cedeu lugar a um novo estilo de vida, moderno, com construções imponentes, que nem de longe pode ser associado a cidade garimpeira.

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes com fotos

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