MT – O Portal da Amazônia e o Sul do Pará

O extremo Norte de Mato Grosso é uma região muito promissora, desde os seus primórdios, sempre esteve a disposição daqueles que precisavam dessa região, primeiramente recebeu os migrantes do Sul do Brasil, que saíram a procura da “terra prometida”, a exemplo disso é Terra Nova do Norte que o nome se remente ao termo “terra prometida”.

Os anos se passaram, a BR 163 ganhou asfalto, o Agronegócio tomou de conta, do que antes era extrativismo mineral e vegetal, os grandes armazéns, as empresas, as industrias, os Hospitais Particulares, as Clínicas, o Comércio se fortaleceram e hoje é uma das regiãoes que mais cresce no Estado de Mato Grosso.

E a microrregião do Portal da Amazônia que compreende, Terra Nova do Norte, Peixoto de Azevedo, Matupá, Guarantã do Norte, Novo Mundo e Marcelândia, como sempre foi, continua sendo uma região servidora, principalmente, agora do Sul do Pará, que com falta de presença do Poder Público se deslocam para Mato Grosso em busca de saúde, do comércio e da prestação de serviços.

Guarantã do Norte por anos a fio sempre atendeu e atende a demanda da Saúde Pública dos distritos de Altamira, Castelo dos Sonhos e Cachoeira da Serra e, até mesmo do município de Novo Progresso. Atualmente a demanda chega no Hospital Municipal Nossa Senhora do Rosário em Guarantã do Norte e, é divida com o Hospital Regional de Peixoto de Azevedo.

As compras são feitas no Del’Moro em Guarantã do Norte e Machadão Atacadista em Matupá, nos finais de semana esses mercados ficam simplesmente cheios, e os carros com placas em sua maioria do Estado do Pará.

Terra Nova do Norte com sua Coorpernova, absorve boa parte da demanda da agricultura familiar não só da região do Portal da Amazônia, mas também de boa parte do Sul do Pará.

Na área mineral, Peixoto de Azevedo dá um show com a sua Coogavepe (Cooperativa dos Garipeiros do Vale do Peixoto), e toda a expertise é dividida com o Sul do Pará, principalmente na extração mineral com conscientização ambiental, recuperação de áreas degradas e reflorestamentos.

Na área de prestação de serviços, toda a região tem empresas que de uma forma ou de outra presta serviços no Pará, ou para os paraenses.

E a relação parental dos Mato-grossenses com os sul paraenses é bem próxima, em Castelos dos Sonhos pode-se tirar a prova, vários moradores do Distrito de Altamira, têm algum parentesco com os moradores das cidades do Portal da Amazônia, eu, por exemplo, tenho primos e tios morando em Castelo dos Sonhos e Moraes de Almeida.

Essa relação do Mato Grosso com o Pará tem o seu lado benéfico e tem o seu lado que pesa, mas se colocarmos hoje na balança, acredito que ambos saem ganhando; no passado, essa conta já foi mais pesada, mas hoje com o poder aquisitivo do paraense em alta, tenho certeza que nós moradores aqui do extremo Norte de Mato Grosso ganhamos e muito com esse relacionamento que não vai acabar junto com a briga da divisão territorial dos dois Estados.

As divisas agora estão acertadas, mas nossa relação nunca dependeu dela.

Leandro Lima é empresário, jornalista e CEO das Organizações Olhar Cidade – Matupá