Mauro Mendes pisa no freio e vantagens salariais ficam pra mais tarde

Contrariado, mas confortado pela maioria da Assembleia Legislativa, o governador democrata Mauro Mendes retirou da pauta uma mensagem de sua autoria que concedia aumento significativo e verbas indenizatória para parte da cúpula governista. A marcha a ré aconteceu na noite do sábado, 9, momentos antes do plenário chancelar a vontade do chefe. Essa guinada não foi em razão da crise que surgiu com o coronavírus, nem pelas finanças estaduais, que segundo o governante estariam abaladas: ela levou em conta a grita popular nesse ano de eleições municipais e de pleito suplementar ao Senado.
A reduzida oposição na Assembleia fazia moderado questionamento à mensagem, que era sustentada a ferro e fogo pelo líder governista Dilmar Dal”Bosco (DEM), com velada simpatia do presidente do Legislativo e seu correligionário Eduardo Botelho.
A mensagem era verdadeiro Papai Noel antecipado e perene para os presidentes das autarquias e fundações, que veriam seus salários saltarem de R$ 9.375 para R$ 18.250. Observem: os que seriam contemplados chegaram aos cargos por apadrinhamento político e, nessa condição, representam parte dos interesses dos deputados, partidos e outros políticos e instituições ou entidades que os abençoam A doce mensagem também criava verbas indenizatórias de R$ 5.300 pra algumas categorias da elite que fatia o poder.
Fonte segura garante que o pé no freio não se trata de batida de martelo, mas somente de manobra pra deixar a fervura passar. O compromisso de Mauro Mendes com os mimos salariais e de vantagens continua firme. Tão firme quanto a disposição de sua ampla e fiel bancada em aprovar nova mensagem nesse sentido.
Vale observer que a vontade em contemplar os apadrinhados é tão grande, que Mauro Mendes sequer se preocupa com os limites de gastos com pessoal estabelecidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece como limite prudencial 46,55% das receitas correntes líquidas, e como teto 49%. Mato Grosso, com seu inchaço na folha de pagamento devora 59% dessa receita. Se a mensagem fosse aprovada esse percentual subiria um pouco mais – o que bom companheiro não faz pra bons companheiros!
Redação blogdoeduardogomes
FOTO: Mayke Toscano – Site público do Governo de Mato Grosso – Divulgação
Que vergonha de uma situação assim. Em que estado de espírito vivemos? São espíritos que operam apenas para o bolso dos espertalhões? Fim da picada. Nunca pensei em viver para vermos tempos tão difíceis, com uma moral tão baixa… Toda essa parafernália legislativa até pode ser LEGAL, mas é totalmente IMORAL. Imoral demais.