Não se faz mais político como antigamente

Não se faz mais político como antigamente.

Não se faz mesmo. Nem os políticos remanescentes observam as regras do ontem.

Júlio Campos (DEM) é prova disso. Júlio é pré-candidato ao Senado na eleição suplementar de 26 de abril, para preencher a vaga aberta com a cassação da senadora Selma Arruda (PODE) e seus suplentes Beto Possamai e Clerie Fabianaa (ambos do PSL)  pelo Tribunal Superior Eleitoral,  por crimes de abuso de poder econômico e caixa 2.

Candidatura ao Senado exige a composição de chapa com titular e dois suplentes.

Ontem, nenhum político anunciava nem ventilava nomes dos prováveis compoentes da chapa; os partidos, muito menos.

Hoje, tudo mudou. O Democratas anunciou que espera contar com a  empresária e advogada Terezinha Maggi (PP) na suplência da eventual chapa encabeçada por Júlio. Terezinha é mulher de Blairo Maggi, que foi governador, senador e ministro, mas que demonstra interesse em abandonar definitivamente a política.

Pré-candidato (e seu partido) tentar compor uma chapa com Terezinha na suplência é algo absolutamente nornal – e muito inteligente. Porém, revelar tal propósito é burrice política.

Caso Terezinha aceite o convite e companha a chapa, ótimo: tudo bem. Mas, se ao invés do sim, a ex-primeira-dama de Mato Grosso disser não, Júlio estárá num beco sem saída.

Qual representatividade terá uma eventual chapa encabeçada por Júlio sem Terezinha? Nenhuma – diante da fracassada tentativa do Democratas.

A força política avassaladora existente em Mato Grosso, o atrelamento da mídia (em sua quase totalidade)  e o estranho silêncio das redes sociais poderão amenizar o cenário pra Júlio caso Terezinha não aceite compor a chapa. Mas, sempre haverá um eleitor ou alguma jornalista disposto a mostrar que o suplente Tal não foi uma escolha nem de Júlio nem do Democratas, mas que está ali por força da circunstância.

Redação blogdoeduardogomes

FOTO: Agência Senado em arquivo