Boa Midia

UM NOME AO SENADO – Júlio Campos

Enormes pilhas de pastas contendo documentos ocupavam o canto esquerdo da mesa do principal  gabinete do Palácio Paiaguás, sob o atento olhar de um barnabé Burraldo, de óculos, vestindo camisa Volta do Mundo amarela e de mangas compridas devidamente abotoadas, cabelos fartos e partidos, cara de sonso e a cabeça baixa. A porta se abre. Entra o governador Júlio Campos seguido por 12 ou 15 figuras. Todos se acomodam. Júlio mostra a papelada: “É isso que esquenta suas cabeças?”. Alguém responde que sim. Sem alterar o tom da voz e praticamente imóvel, Júlio diz ao pessoal do grupo: “Rasguem, rasguem tudo!“. Uma onda de alívio e emoção toma conta de todos, menos do Burraldo, que tenta – com bons modos – convencer o governador que aquilo não poderia ser feito: “Excelência, são autos númerados da Sefaz (Secretaria de Estado da Fazenda). Isso é crime, vai dar problema“. Júlio sorri e pensa com seus botões, “Aqui, mando eu!”.

O grupo que rasgou os autos da Sefaz era liderado pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Rondonópolis (ACIR), Wellington Fagundes, que agora é senador. Wellington vibrou com a decisão corajosa do governador – afinal, sua empresa, a Agro Boi  Produtos Veterinários, foi uma das empresas autuadas, e na autuação o fiscal Antônio Félix Alvarez, arrebentou o cadeado de uma gaveta em busca de supostas provas de sonegação fiscal.

Júlio aponta para sua foto na Galeria dos Ex-Vice-Presidentes do Senado

Júlio é danado. Sempre foi. Em 11 de dezembro de 1946, quando nasceu, em Várzea Grande, seu primeiro gesto foi dar um tapinha no ombro da parteira – começava ali sua carreira política.

Em 1972 Júlio não era filiado à Aliança Renovadora Nacional (Arena), mas o grupo político liderado por seu pai, Júlio Domingos de Campos, o seo Fiote o queria candidato a prefeito de Várzea Grande. À época a Justiça Eleitoral não tinha controle sobre as filiações, que ficavam a cargo da Arena e o oposicionista Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que carinhosamente era chamado de Manda Brasa. Para se filiar bastava ao eleitor fornecer o nome e o número de título e assinar no canto direito do livro específico, que ficava sob a guarda do secretário do partido. Por malandragem, tanto Arena quanto MDB sempre deixavam algumas linhas em branco à espera de alguma filiação estratégica. Júlio lançou mão desse expediente. Do gesto populista com a parteira, avançou pra fraude propriamente dita. A Arena exibiu o livro ao juiz eleitoral e esse homologou sua candidatura. Definitivamente, há 48 anos Júlio subiu ao palanque e nunca mais desceu, nem mesmo quando foi conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), como veremos.

A série UM NOME AO SENADO chega ao décimo oitavo capítulo focalizando Júlio José de Campos, pré-candidato ao Senado pelo Democratas.

 

De berço

 

Júlio lê banner com histórico sobre seu pai, seo Fiote

Júlio é político de berço. Seo Fiote, o patriarca dos Campos, foi vereador e por duas vezes prefeito de Várzea Grande. Irmãos e outros partentes também são políticos, com destaque para o mano, Jayme (DEM) que é senador, e a cunhada Lucimar (DEM), prefeita de Várzea Grande.

De 1965 a 69 Júlio cursou Agronomia na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, em Jaboticabal, interior paulista e militou na política estudantil tendo presidido a Associação dos Estudantes de Mato Grosso, em Goiás. Após a faculdade especializou-se em Cooperativismo, Economia Rural e Zootecnica.

Com o diploma debaixo do braço Júlio voltou para Mato Grosso. A Universidade Federal de Mato Grosso  (UFMT) nasceu em dezembro de 1970 e, no ano seguinte, Júlio integrou o grupo de jovens professores que a fez movimentar, sob a reitoria do médico Gabriel Novis Neves.

Pouco antes da UFMT e depois paralelamente com ela, foi secretário de Viação e Obras Públicas de Várzea Grande.

Admirador do senador Filinto Müller, Júlio se filiou ao PSD em 1968, mas os partidos foram extintos  dando lugar a Arena e MDB. Apadrinhado politicamente foi nomeado engenheiro-chefe do Setor de Colonização e Operações da Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso (Codemat) atuando em Cáceres numa área que mais tarde formaria os municípios de Salto do Céu, Rio Branco, Lambari D’Oeste e outros.

Júlio estava na Codemat quando o grupo político que o queria prefeito o buscou para se candidatar em Várzea Grande.

O mandato de Júlio  foi de seis anos e termnou em 1977. A próxima eleição seria estadual e se realizaria em novembro de 1978. Mal saiu da prefeitura pegou a estrada em campanha para deputado federal e se elegeu.

 

O estouro da boiada

 

Roberto Campos abriu a porteira, que continua escancarada

Roberto Campos, não; Embaixador Roberto Campos. Assim o chamavam. Era o brasileiro com maior trânsito nos meios econômicos e nas instituições financeiras mundo afora. Seus críticos o apelidaram Bob Fields.

Júlio, danado que só ele, viu no Embaixador Roberto Campos tudo aquilo que precisava pra realizar seu sonho de governar Mato Grosso. Depois da nomeação de três governadores eleitos pelo voto indireto, via Colégio Eleitoral (José Fragelli, Garcia Neto e Frederico Campos) chegava o momento de o eleitor escolher diretamente seu governante. Alguns caciques políticos brigavam pra que o Embaixador Roberto Campos fosse candidato ao Senado – como ele queria – por seus estados. Paulo Maluf, de São Paulo, oferecia céus e terra por aquela candidatura, mas quem a conseguiu foi Júlio. Isso mesmo. Júlio a trouxe pra seu Estado.

O Embaixador Roberto Campos saiu candidatto ao Senado em 1982 com Júlio ao governo. Ambos pelo PDS (sucessor da Arena). A disputa seria por voto vinculado – quem votasse num candidato de um partido teria que votar em todos, para os demais cargos,  na mesma sigla.

A campanha do Embaixador Roberto Campos foi a maior compra de votos no Brasil em todos os tempos, incluindo os atuais, onde a prática continua direta e indiretamente.  Representantes do candidato percorriam os municípios comprando apoio. Candidato e eleitores se prostituíram. Desde então, mandato em Mato Grosso, salvo uma ou outra exceção, não é resultado da manifestação nas urnas, mas da compra de votos.

Foi tão grande a compra de votos, que o Embaixador Roberto Campos mandou construir uma moderna sede para o Jornal Diário de Cuiabá,  na avenida XV de Novembro, no bairro Porto, onde aquele matutino era impressso em acanhadas instalações.

A eleição ao Senado em 1982 foi disputada em sublegenda (cada partido podia lançar até três candidatos e seus votos se somavam; a sigla que alcançasse o maior número ficaria com a cadeira).  A dinheirama surtiu efeito. O Embaixador Roberto Campos (PDS) recebeu 147.293 votos e Gabriel Novis, seu correligioário, 51.428. Pelo PMDB o mais votado voi o ex-governador Garcia Neto, com 106.734. Júlio nadou de braçadas: 203.605 votos enquanto seu principal adversário, o Padre Raimundo Pombo cravou 188.878 votos; seu vice foi Wilmar Peres de Farias, de Barra do Garças. Na composição da Câmara, PDS e PMDB empataram em quatro cadeiras.

Ainda hoje, transcorridos 38 anos daquele pleito, ainda se fala que houve fraude eleitoral na vitória de Júlio ao governo. Pode até ser que algo irrelevante no quantitativo tenha ocorrido, mas nada capaz de mudar o curso da decisão popular. Na verdade, essa crítica, à época, era uma forma de esconder a verdade dos fatos: a venda deslavada de votos, prática que persiste e que evoluiu podendo ser feita por meio de incentivos fiscais, empregos públicos, facilidades pra se prestar serviço ou vender produtos aos poderes, mas sem prejuízo da tradição do fumaça pra lá, Santo Antônio pra cá.

À época da eleição do Embaixador Roberto Campos ao Senado e de Júlio ao governo, o Ministério Público era voz silenciosa, a Imprensa, tanto quanto agora, manietada, e não havia redes sociais.

Maluf quando brigou pelo Embaixador Roberto Campos sabia a razão pra briga. Senador, não pelo mandato, porque sua influência internacional ia muito além, ele canalizou para seu Estado os projetos Cyborg e Carga Pesada – o primeiro para trazer linhões de energia e interligar Mato Grosso ao sistema nacional.; e o segundo, para pavimentar rodovias, com destaque para a BR-163, do Trevo do Lagarto, em Várzea Grande, a Nova Sanata Helena, e a BB-070, de Pontal do Araguaia/Barra do Garças a Cuiabá.

Com o Embaixador Roberto Campos a dinheirama corria fácil no governo de Júlio. É dessa época o apelido Julinho Bereré – que divide opiniões quanto a origem: uma corrente sustenta que seja por conta do dinheiro farto que corria nos cofres públicos; outra, que se deve a suposta roubalheira que teria acontecido no período.

Júlio realizou grandes obras estruturantes e, parte delas, graças a recursos internacionais obtidos pelo Embaixador Roberto Campos, que virou senador. Os projetos Cyborg, para construção de linhas de transmissão de energia, e Carga Pesada, de pavimentação rodoviária mudaram o perfil de Mato Grosso numa época em que o governo não tinha tanta fonte de receita como agora, com o Fundo Estadual de Habitação e Transporte (Fethab) etc.

Júlio pavimentou 2.200 quilômetros de rodovias. Ligou Canarana e Barra do Garças a Cuiabá; levou asfalto até Nova Santa Helena, no trevo para Alta Floresta; asfaltou de Jangada a Tangará da Serra e abriu a Rodovia Transmato-grossense entre Tangará e Juína. Poxoréu foi contemplada cm a pavimentação da MT-130, que faz sua ligação com a BR-070 perto de Primavera do Leste, e com Rondonópolis. Júlio deu a essa estrada o nome de Osvaldo Cândido Pereira – Moreno – ex-prefeito de Poxoréu e ex-deputado estadual. Seu governo construiu milhares de casas populares, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e escolas, Seu estilo de governador, coronelesco, valorizava muito os companheiros, mas era duro com adversários. Seu slogan, inspirado em JK, era: 4 Anos de Governo e 40 Anos de Progresso.

Vaidoso, Júlio percorria Mato Grosso acompanhado pela Banda de Música (agora Corpo Musical) da Polícia Militar. Em seus eventos a banda tocava insistentemente a marchinha: “Júlio, Júlio. Júlio, homem de grande valor / Júlio, Júlio, Júlio… Júlio meu governador…“. Quando retornava de Brasília para Cuiabá, bem tarde da noite, observava atentamente o grupo que o esperava no aeroporto. Se notava a ausência de algum afortunado secretário, no outro dia o encostava na parede. Com ele era assim: ou comparece ou desaparece.

 

Prudência e caldo de galinha

 

Bezerra governador, o PMDB elegia poste

O tempo passa. Começou o quarto ano da sua administração e Júlio queria continuar no poder. Em maio de 1986 renunciou para disputar e vencer a eleição para deputado federal. Não arriscou um olho saindo ao Senado, porque o governo desgasta, mas não a ponto de impedir eleição a cargo proporcional.

O momento eleitoral era amplamente favorável ao PMDB, que à época elegia poste – como se dizia – por se tratar da primeira eleição após a redemocratização que elegeu indiretamente Tancredo Neves presidente e José Sarney seu vice. Tancredo morreu e Sarney assumiu.

Naquele pleito, em Mato Grosso o PMDB elegeu Carlos Bezerra governador, e os senadores Márcio LacerdaLouremberg Nunes Rocha . Para a Câmara Júlio foi o mais votado, com 61.002 votos. Na sequência descrescente os peemedebistas elegeram Osvaldo Sobrinho, Joaquim Sucena, Antero Paes de Barros, Rodrigues Palma e Percival Muniz; ainda descrescendo, Jonas Pinheiro, pelo PFL, e Ubiratan Spinelli, pelo PSD.

Wilmar concluiu o mandato. Júlio saiu fortalecido do governo e da disputa eleitoral de  olho em 1990.

 

Familiocracia ou Camposcracia?

 

O ano de 1990 foi o mais vitorioso para os filhos de seo Fiote. Jayme se elegeu governador e Júlio senador. Jayme ganhou a Prefeitura de Várzea Grande em 1982, quando o mano Júlio chegou ao Palácio Paiaguás – cumpriu seis anos de mandato e, depois, durante dois anos percorreu Mato Grosso pedindo votos ao governo.

Pivetta foi moído por Júlio

Na eleição de 1990 nasceu o apelido Jayme Pedra 90, que misturava a época com a pedra maior do bingo. Jayme se elegeu com 401.005 votos (66,85%) e seu principal adversário, Agripino Bonilha Filho/PMDB recebeu 83.053 (13,85%); também se candidataram Luiz Alberto Scaloppe, pelo PT, e Luiz Soares, pelo PSDB. Dois fatos interessantes marcaram aquele pleito: o vice de Jayme foi o deputado federal Osvaldo Sobrinho, que antes militava no PMDB, mas que foi para o PTB, o que facilitou a dobradinha com Pedra 90 – Campos não brinca em serviço. Outro fato: o Tribunal Regional Eleitoral restringiu a Cuiabá e Várzea Grande a propaganda eleitoral no rádio e televisão, o que praticamente cortou as duas pernas de Bonilha, que era pouco conhecido fora da capital.

Júlio patrolou ao Senado, com 331.212 votos tendo o ex-prefeito de Rondonópolis e ex-deputado estadual Zanete Cardinal em sua primeira suplência. O segundo colocado foi Carlos Bezerra (PMDB), com 136.238 votos. Naquele pleito Júlio também venceu o atual vice-governador e pré-candidato ao Senado, Otaviano Pivetta (PDT). À época Pivetta era filiado ao PSB e foi primeiro suplente de Moisés Martins (PDT); a chapa com Pivetta não passou de 50.986 votos.

 

Que mancada terrível…

 

Bezerra foi pedra no caminho de Júlio

Sobre política, em Mato Grosso, há duas certezas: Carlos Bezerra não deixa o PMDB e o leva pra onde quer. Foi assim em 1998, quando Bezerra ainda tinha quatro anos de mandato no Senado e decidiu concorrer ao pleito. Concorrer numa dobradinha com Júlio (PFL) ao governo. Essa estranha aliança não soou bem e passou a ser vista como negociata de ambos os caciques. Nacionalmente Bezerra sempre combateu a Arena e seus sucessores, enquanto Júlio nunca deixou aquele segmento. No âmbito estadual, sempre estiveram em palanques diferentes.

Ninguém testemunhou o entendimento entre Bezerra e Júlio. Ningúem também sabe quanto cada um tinha  na conta-corrente antes desse entendimento, nem imediatamente depois dele. O que todos sabem é que Júlio, senador em final de mandato, se lançou ao governo, e Bezerra, que ainda seria senador por mais quatro anos, se aventurou por novo mandato. O caminho natural para Júlio seria mesmo tentar o governo. Bezerra, sem nada a perder, pelo menos naquela eleição, tentou fazer o raio cair pela segunda vez no mesmo lugar.

Júlio perdeu feio para Dante de Oliveira (PSDB) Numa chapa tucana com o vice Rogério Salles, Dante recebeu 472.409 votos; dobrando com petebista Rodrigues Palma, Júlio cravou 332.023. Bezerra foi massacarado por Antero Paes de Barros (PSDB), mas a fatura de sua aventura somente lhe seria apresentada quatro anos depois, quando disputou o Senado, mas ficou pelo caminho, atropleado por Jonas Pinheiro (PFL) e Serys Slhessarenko (PT).

 

Juntando os cacos

 

Cuiabá, 28 de junho de 2002. Júlio toma posse no Tribunal de Contas do Estado (TCE), por indicação da Assembleia e com homologação do governador Rogério Salles. Júlio ocupa a cadeira de Oscar Ribeiro, mas fica pouco na dita corte de contas que é órgão auxiliar da Assembleia. Em 12 de dezembro de 2007 Júlio se aposentou precocemente aos 61 anos. Em seu lugar assumiu Waldir Teis, que antes do TCE foi secretário de Fazenda de Blairo Maggi. Com Teis, Blairo começou a marcar território do TCE.

Mesmo conselheiro do TCE e, portanto impedido de participar de discussões partidárias, Júlio era figura presente e destacada nos eventos do Democratas. À época costumava-se dizer que ele líder daquele partido no pleno do TCE.

Na eleição de 2006 o mano Jayme Campos se elegeu senador. Dois anos depois Júlio se lançou candidato a prefeito de Várzea Grande pelo DEM, mas foi derrotado por Murilo Domingos (PR); Murilo recebeu 72.519 votos; Júlio, 45.688; e Nico Baracat (PMDB), 7.057.

Em 2010 Júlio voltou à cena conquistando mandato de deputado federal pelo Democratas, com 72.560 votos; ficando em sexto entre os eleitos, sendo que Wellington Fagundes (PL) foi o campeão de votos ao cargo.

Jayme e Júlio faziam dobradinha familiar ou familiocrata no Congresso. Agora, ambos querem repetir essa façanha, mas com os dois no mesmo plenário – no Senado, algo questionado por boa parte do eleitorado.

 

Cassação e transplante

 

Júlio no hospital onde se submeteu ao transplante

Em julho de 2014 a lenta Justiça Eleitoral em Mato Grosso cassou os direitos políticos de Jùlio por crimes de caixa 2 na campanha em 2010. Não somente por esse impedimento, mas pelo delicado quadro de saude que o deixava debilitado, Júlio não disputou a eleição naquele ano.

Em dezembro de 2015, a ministra Maria Thereza de Assis Moura, do Ttribunal Superior Eleitoral, em decisão moncrática, devolveu os direitos políticos de Júlio.

Em dezembro de 2017 Júlio se submeteu a um transplante de fígado no Hospital São Carlos, em Fortaleza (CE). Recebeu o órgão  de um doador que tinha 24 anos. A operação lhe devolveu a saúde. Durante 25 anos Júlio travou uma luta sem trégua contra uma cirrose hepática.

 

Duas mortes

 

A Justiça de São Paulo marcou para 24 de abril o julgamento de Júlio no processo de duplo assassinato por disputas de terras em Mato Grosso. Segundo o Ministério Público, Júlio teria encomendado a morte de dois homens, que seriam laranjas de uma empresara agropecuária sua.

Júlio sempre negou envolvimento com tais crimes. Sua defesa alega que houve prescrição dos dois crimes, e que além disso, o réu tem mais de 70 anos, o que reduz à metade o prazo prescricional.

A ação tramita e o juiz Cláudio Juliano Filho, titular da mesma, abriu vistas ao Ministério Público.

 

Memória de elefante

 

Júlio conversa com desenvoltura com jornalistas

Júlio tem invejável memória. A todos chama pelo nome, mas nas poucas vezes em que esquece algum, chama o indivíduo de “Meu jovem“, independentemente de sua idade.

Político habilidoso, Júlio nunca se recusa a conversar com jornalistas. Sempre tem resposta pronta para tudo. Transita bem entre as diferentes gerações de políticos – sabe muito sobre boa parte deles. Conhece Mato Grosso como a palma da mão. Costuma ser ácido em frases curtas, mas procura dosar o veneno, pra não ser visto com ressalvas.

De cada 10 palavras que pronuncia, nove versam sobre política e, a outra, converge pra ela.

Seu sonho de voltar ao Senado esbarra na sua consanguinidade com Jayme. Seria algo inédito no Brasil dois irmãos senadores na mesma legislatura e pelo mesmo Estado.

De sua vida pública podem ser extraídos pontos negativos e positivos. No caso específico do Senado, deixou sua marca sendo autor da Lei  9.807 de 13 de julho de 1999, a Lei da Proteção Especial a Vítimas e Testemunhas.

Líder do Democratas, Júlio aguarda o desenrolar das conversações internas em seus correligionários para saber se entra ou não na disputa. Mas, independentemente do posicionamento de seu partido, Júlio seguramente avalia o cenário com a prudência de quem saiu escaldado de uma negociação com Bezerra pra que ambos concorressem às eleições em 1998.

 

PS – Esse é o décimo oitavo capítulo da série UM NOME AO SENADO.

Leiam os anteriores:

1 – UM NOME AO SENADO: Sirlei Theis

2 – UM NOME AO SENADO: Waldir Caldas

3 – UM NOME AO SENADO – Neri Geller

4 – UM NOME AO SENADO – Nilson Leitão

5 – UM NOME AO SENADO – José Medeiros

6 – UM NOME AO SENADO – Maria Lúcia

7 – UM NOME AO SENADO – Carlos Fávaro

8 – UM NOME AO SENADO – Gisela Simona

9 – UM NOME AO SENADO – Max Russi

10 – UM NOME AO SENADO – Adilton Sachetti

11 – UM NOME AO SENADO – Carlos Bezerra

12 – UM NOME DO SENADO – Procurador Mauro – PSOL

13 – UM NOME AO SENADO – Blairo Maggi

14 – UM NOME AO SENADO – Carlos Abicalil

15 – UM NOME AO SENADO – Dr. Leonardo

16 – UM NOME AO SENADO – Otaviano Pivetta

17 – UM NOME AO SENADO – (Alguém do Partido Verde?)

Continuem acompanhando a série – única postagem que focaliza os virtuais candidatos ao Senado na eleição suplementar em abril.

Eduardo Gomes de Andrade – Editor de blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 e 2 – Agência Senado

3 – José Luiz Siqueira

4 – Academia Brasileira de Letras

5 – Site Público do Governo de Mato Grosso

6 – Flickr de campanha

7 – Agência Câmara

8 – Youtube Júlio Campos

9 – Dinalte Miranda – Tuiuiú

 

 

 

 

5 Comentários
  1. Ivair Diz

    Mesmo com seus erros eu sou mais Julinho e sou Julinho na cabeça

    Ivair Mortari

  2. Onira Diz

    Campos já foi seu tempo. Kkkkkkkkkk
    Onira Brum Machado

  3. João Monteiro Diz

    Indiscutívelmente três nomes marcaram a História de MT pós separação do MS : Júlio, Bezerra e o falecido Dante. Mais dos 3 o que mais fez pelo progresso e desenvolvimento de Mato Grosso foi o Júlio Campos. Não tem um local desta terra que não tenha a marca de JJC. Odiando por alguns, mais apoiado por milhares de eleitores de MT. Será meu Senador agora.

  4. Denise Diz

    A riqueza dos Campos é proporcional á pobreza material e imaterial do município de várzea grande. Aquilo não tem e nem terá futuro. Inacreditável como o mal venceu!

  5. Roberto Schimata Diz

    Sou do Nortão de Mato Grosso, justamente de Alta Floresta, se hoje somos oque somos,devemos aos irmãos Campos, pois em 1984 Alta Floresta e região com a crise nos garimpos estava morendo, todos vendendo sua casa,chacaras e sitio, querem ir embora daqui, o Seo Ariosto da Riva, nos convocou e fomos para Cuiabá falar com o Governador Julio, e pedimos o asfalto de SINOP-Colider até Alta Floresta, e ele mandou fazer 380 kilometros de “Chão Presto” salvando-nos da morte o Municipio. Depois de 4 anos de abandono do Governo de Bezerra, veio em 1991 o Governador Jaime Campos, e nos trouxe o Linhão de Energia Eletrica dando a nos mais desenvolvimento e progresso. Hoje 1 hectare de terra aqui vale 10.000 reais, eu não vendo a minha Fazendinha de 3.000 por menos de 40 milhões, graças aos CAMPOS.

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