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Projeto incentiva cultivo de cacau no Noroeste de Mato Grosso

A partir de novembro, agricultores de Juruena receberão mudas de cacau clonal, de variedades com alta resistência à doenças e excelente produtividade para plantio em suas propriedades. A proposta, do projeto Poço de Carbono Juruena, desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena (Aderjur), com patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, é desenvolver uma nova fonte de renda na região Noroeste para agricultores familiares.
Além de ser um produto com grande aceitação no mercado – seu uso vai desde a produção de chocolates, bolos, biscoitos, sorvetes até em cosméticos e produtos farmacêuticos – o cacau pode ser plantado com sucesso em sistemas agroflorestais. Extremamente adaptado às condições locais, pois é uma espécie nativa da Amazônia, o seu plantio imita as condições da floresta da região, por necessitar de um sombreamento, pode ser consorciado com outras espécies arbóreas.
Neste modelo de consórcios agroflorestais ele ajuda a recuperar áreas degradadas, conservar os mananciais aquíferos e os nutrientes do solo, além de manter o equilíbrio do clima, por absorver carbono da atmosfera.
No final de setembro, Eli Costa Lobão, economista e agente de atividades agropecuárias da Ceplac/Mapa, esteve em Juruena para falar dos benefícios do cultivo do cacau clonal para 60 agricultores. “O cacau é uma das atividades agrícolas mais importantes para gerar riquezas numa região de clima tropical, rende o dobro da receita do cultivo do café e a produtividade de um hectare do fruto equivale ao valor da venda de 25 bezerros”, explica.
As vantagens não param por aí. Lobão explica que a demanda de mercado é mundial e o Brasil não fica atrás, pois importamos 75% do volume consumido atualmente para atender a demanda nacional. “Se você tiver 60 kg você vende, se você tiver 10 mil sacos, você vende”, comenta.
A partir do quinto ano de produção já é possível obter retornos econômicos seis vezes superiores a rentabilidade da pecuária leiteira, cuja lucratividade alcança 49%. Como o esforço de produção se concentra, em média, a cerca de três meses por ano, distribuído ao longo de 12 meses, o agricultor pode investir nessa lavoura sem deixar de ter suas outras atividades, seja gado leiteiro, seja café ou hortaliças.
“A partir de seis anos, a produção se estabiliza e é possível alcançar uma renda de 12,5 mil reais por mês com apenas cinco hectares de cacau”, finaliza Lobão.

Poço de Carbono Juruena

O projeto Poço de Carbono Juruena, patrocinado pela Petrobras e desenvolvido pela Associação de Desenvolvimento Rural de Juruena – Aderjur, busca oferecer alternativas sustentáveis de renda aos agricultores familiares e povos indígenas.
O projeto apoia o extrativismo da castanha-do-Brasil em vários municípios do Noroeste de Mato Grosso. Promove a educação ambiental para a gestão e conservação dos recursos naturais. Também incentiva a diversificação de cultivos na recuperação de áreas por meio de sistemas agroflorestais em pequenas propriedades de Juruena. Além do benefício econômico, os sistemas agroflorestais “imitam” o comportamento da floresta, armazenando carbono e ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

 

André Alves – Assessoria com foto ilustrativa de cacaueiro 

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