Boa Midia

Partido político e promoção da Cidadania

Partindo da premissa que a política representa o que é público em favor da sociedade, espera-se de um partido político a representação da parcela da sociedade que o apoia ou participa do seu conteúdo programático. Mas, esta não é a realidade.

Há algum tempo os partidos políticos são vistos como palco de status e poder concentrados nas mãos de seus dirigentes, muitas vezes manipuladores do sistema, que por meio da sigla partidária atuam com vistas a legitimar o objetivo de determinado candidato conseguir ou se manter em um mandato eletivo. Por mero atendimento a requisito legal, agem como se o partido político fosse uma necessária barriga de aluguel eleitoral.

Em Mato Grosso não é diferente. Já houve o caso de um parlamentar e dirigente partidário de uma importante sigla que, novamente concorrendo a presidência do partido após mais de 25 anos consecutivos na direção da legenda, ao ser questionado sobre renovação disse: “Nós estamos promovendo uma renovação. Haverá mudança na vice-presidência, secretaria, tesouraria e etc…”. O único a permanecer imutável era, claro, o longevo presidente, reeleito para mais um mandato no comando daquele partido.

Retomando a análise sobre a credibilidade dos partidos políticos, é certo que com a emersão de diversos eventos de corrupção promovidos por dirigentes que se valeram das prerrogativas partidárias para manipular recursos de origem pública e privada, a imagem dos partidos políticos passou a beirar o completo descrédito e a eles não será fácil reverter este quadro. Em parte, também, pela crescente tendência comportamental adotada por formadores de opinião que constantemente demonizam a política, o agente político e, consequentemente, os já desacreditados partidos políticos.

Um fenômeno curioso é o contrassenso comportamental pautado por parte dos aspirantes a mandatos eletivos, que na mesma trilha fomentam a depredação funcional do instrumento democrático de transformação social; a política, sem enxergar que, se eleitos, obrigatoriamente promoverão suas ações por meio da, adivinhem: Política!

Neste contexto, sob pena de perecerem em desuso principiológico, os partidos políticos precisam se reposicionar frente a sociedade como fonte de diretrizes macro de ações e pensamentos, servindo de plataforma para que como protagonista, a sociedade tenha interesse em desenvolver tais diretrizes e integrar o cotidiano político.

Atualmente a sociedade é mera espectadora e diante desta condição os movimentos de renovação política autodeclarados apartidários ou, de participação pluripartidária, passaram a protagonizar a discussão ideológica em núcleos temáticos de políticas públicas às margens do interesse dos partidos políticos. Pela inércia comportamental dos partidos políticos é louvável que movimentos de renovação política surjam com este papel, provocador e propositivo.

No entanto, para captar o sufrágio e alcançar o poder, estes movimentos precisam que seus membros e apoiadores filiem-se a um partido político, que restará ainda mais distante da sociedade, uma vez que este eventual filiado oriundo de algum destes movimentos estará filiado unicamente para cumprir a exigência legal.

Tendo em vista que os partidos políticos não gozam de credibilidade, se mostram pouco úteis à sociedade, e mesmo assim a filiação partidária é uma das condições de elegibilidade na forma da lei, caso os partidos políticos não percebam sua vocação primordial, será inevitável que modelos alternativos ganhem força no cenário eleitoral, por exemplo, o modelo das candidaturas avulsas.

Como transformação, os partidos devem se constituir em espaços de diálogo para promoção e exposição ao debate de ideias, integrando a sociedade em torno de pautas propositivas que trazem sentido à existência dessas agremiações partidárias, em tese, representativas.

Ciente de sua missão, o partido Cidadania convida os cidadãos, cidadãs e os movimentos da sociedade civil organizada, para que conheçam a Carta de Princípios e os posicionamentos do partido (www.cidadania23.org.br).

Caso compartilhem os valores propostos, procurem o diretório ou a comissão provisória do seu município para não apenas colaborar com a construção partidária, e sim, colaborar com o seu estado e o seu município, promovendo a boa política onde efetivamente é o nascedouro das transformações reflexas ao cotidiano social.

Inovar com transparência, integrando o partido político e a sociedade, eis a missão do Cidadania e de todos as outras agremiações partidárias que pretendem superar a desconfiança do eleitor e fazer a diferença. Requisito legal com função social!

Alexandre Cesar Lucas é presidente municipal do Cidadania de Cuiabá

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