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Cenário político em Colniza um ano antes das convenções municipais

Celso era vice, o prefeito foi assassinado, ele assumiu, mas está afastado judicialmente
Celso era vice-prefeito, o prefeito Vando foi assassinado, ele assumiu, mas está afastado judicialmente por improbidade

Depois de destacar o cenário político nos grandes municípios mato-grossenses, faltando um ano para as convenções municipais, o site focaliza o mesmo aspecto nas médias e pequenas cidades, começando por Colniza.

O município de Colniza  tem 27.946 km² (maior que Israel – 22.072 km²), com 37.280 habitantes sede de comarca na divisa com Amazonas e Rondônia e instalado em janeiro de 2001.

Faltando um ano para as convenções municipais, é prematuro falar em composição política naquele município, pela insegurança ali reinante: o prefeito eleito em 2016 foi assassinado, o vice-prefeito está afastado respondendo por suposta improbidade administrativa e quem responde pela prefeitura é o presidente da Câmara.

Brandão, prefeito em exercício
Brandão, prefeito em exercício

Quem administra Colniza é o prefeito em exercício, vereador Jesineison de Aguiar Brandão, eleito pelo PRB com 330 votos. Brandão preside a Câmara e desde maio deixou sua função para assumir a prefeitura, uma vez que o prefeito Celso Leite Garcia, o Celso da Cacique (PT) foi afastado pelo juiz Ricardo Frazon Menegucci e tem bens bloqueados depois que o Ministério Público o denunciou por suposta improbidade administrativa em obra de pavimentação. Em junho o Tribunal de Justiça manteve seu afastamento.

Celso da Cacique foi eleito vice-prefeito em 2016 e assumiu a prefeitura substituindo o prefeito  Esvandir Antonio Mendes, o Vando da Colnizatur que foi assasinado (BOXE – MEMÓRIA).

 

Vando, prefeito assassinado em ColnizaMEMÓRIA – Vando da Colnizatur (foto), prefeito de Colniza, foi assassinado na tarde da sexta-feira, 15 de dezembro, em sua cidade.

Esvandir Antonio Mendes, o Vando, tinha 61 anos, era casado e empresário no ramo de transporte de passageiros. Foi executado a tiros por ocupantes de um carro que seguiu a camionete Toyota que dirigia. Além dele, o secretário de Finanças da prefeitura, Adnilson Ferreira também foi atingido; tiros acertaram as costas e uma perna de Ferreira.

A mulher e um genro do prefeito estavam no veículo, mas saíram ilesos. Com Vando morto ao volante sua picape desgovernada bateu no muro de uma oficina mecânica.

O corpo de Vando foi velado em Colniza e transladado para sepultamento em Ji-Paraná, Rondônia. O vice-prefeito Celso Leite Garcia, o Celso da Cacique (PT), assumiu a prefeitura.

MEMÓRIA – Em 2012 Vando foi eleito vice-prefeito pelo PSB na chapa encabeçada pelo peemedebista João Assis Ramos, o Assis Raupp, que é sobrinho do ex-senador por Rondônia, Valdir Raupp, do qual adotou o sobrenome para efeito político.

Antes de Colniza Assis Raupp foi vereador por Porto Velho. O município mato-grossense faz divisa com Amazonas e Rondônia, e sua base populacional é composta por ex-moradores de municípios rondonienses. Prefeito e vice se desentenderam.

Na eleição de 2016 Vando foi eleito pelo PSB com 5.070 votos ou 51,14% da votação válida. Assis Raupp estava afastado do cargo, tentou registrar sua candidatura, mas não conseguiu. O mesmo aconteceu com o ex-prefeito Sérgio Bastos dos Santos, o Serjão (PHS), que também foi barrado pela Justiça Eleitoral. O adversário de Vando foi Milton de Souza Amorim, o Miltinho (PSDB), que cravou 4.843 votos o correspondente a 48,84% da votação.

PRISÕES – Pelo crime foram presos e estão em penitenciárias em Cuiabá, quatro supostos envolvidos. A média Yana Fois Coelho Alvarenga; o marido de Yana, Antônio Pereira Rodrigues Neto; e os supostos pistoleiros e autores dos disparos que mataram e feriram, Zenilton Xavier de Almeida e Welison Brito Silva

 

Colniza 

 

A cidade surgiu de um projeto fundiário adquirido ao governo estadual pela empresa paulista Colniza Colonização, Comércio e Indústria Ltda,  do empresário Antonio Carlos Grimaldi, numa área de 180 mil hectares na calha do rio Aripuanã. A demarcação das parcelas rurais e da zona urbana começou em 1986, através do topógrafo Antonio Nunes Severo Gomes.

Em 1991, a Colonizadora Colniza cedeu ao governo 17 mil hectares para a implantação do Assentamento 1º de Maio, que visava solucionar um problema agrário no Rio Grande do Sul. Nessa área foram assentados inicialmente 130 famílias oriundas de Bagé (RS), e que foram transportadas por aviões Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB).

Nelci, duas vezes prefeita de Colniza
Nelci, duas vezes prefeita de Colniza

O primeiro voo, com 73 famílias aterrissou em Colniza em 25 de abril de 1991. Os novos moradores foram recepcionados por pioneiros e diretores da colonizadora. Naquela data passaram a integrar a legião que expande a fronteira agrícola nacional, assegura a ocupação amazônica e escreveu as primeiras páginas de uma vila que se preparava para se transformar em mais uma cidade mato-grossense.

Problemas sociais fora dos limites de Colniza acabaram refletindo internamente ali. Pessoas de várias regiões para lá se dirigiram e promoveram ondas de invasões de terra e, com isso, dificultaram e ainda emperram a legalização de propriedades rurais fora da parte que se destinou a assentamentos.

Rapidamente Colniza deixou de ser uma pequena vila e ganhou ares de cidade. Construções residenciais e comerciais se espalharam por todos os pontos da área urbana de 3.808 hectares reservada ao aglomerado urbano. A população ganhou uma moderna escola estadual que recebeu o nome de Bernardino Gomes da Luz, em homenagem à memória do pai do topógrafo Severo Gomes.

No primeiro pleito para a escolha dos dirigentes do município, em 2000, o eleitorado elegeu uma mulher para a prefeitura: Nelci Capitani, que oito anos depois novamente conquistou outro mandato de prefeita.

DETALHES – No primeiro plebiscito para se decidir pela emancipação ou não, Colniza votou contra optando por permanecer integrando o município de Aripuanã; numa segunda consulta popular, a maioria aprovou a criação daquela cidade.

Em 2001 Mato Grosso instalou 13 municípios. Colniza tem a maior população entre eles e foi o único que se tornou comarca; O bloco dos outros 12 é formado por Santa Cruz do Xingu. Novo Santo Antônio, Serra Nova Dourada, Bom Jesus do Araguaia, Nova Nazaré e Santo Antônio do Leste, no Vale do Araguaia; Colniza e Rondolândia, na divisa com Rondônia; CurvelândiaVale de São Domingos e Conquista D’Oeste, na faixa de fronteira, polo de Cáceres; e Nova Santa Helena e Santa Rita do Trivelato, no Nortão.

Redação blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 e 2 – Prefeitura de Colniza

3 – Associação Mato-grossense dos Municípios

4 – Facebook Nelci Capitani

 

 

 

 

 

 

 

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