Boa Midia

O cenário político nos 11 maiores municípios um ano antes de convenções

Candidatura passa por convenção partidária. Daqui a exatamente um ano, em 5 de agosto de 2020, termina o prazo para a disputa convencional, que começa em 20 de julho. Política não é ciência exata, mas ainda  que relativamente distante da eleição em outubro do próximo ano, é possível mostrar aquele que seria o cenário mais próximo da realidade nos 11 maiores municípios mato-grossenses (boxe).

Cinco prefeitos são inelegíveis para a disputa em 2020, por serem reeleitos. Os demais poderão concorrer. Cumprem segundo mandato consecutivo: Lucimar Campos (DEM), de Várzea Grande; Fábio Junqueira (MDB), de Tangará da Serra; Francis Maris (PSDB), de Cáceres; Asiel Bezerra (MDB), de Alta Floresta; e Roberto Farias (MDB), de Barra do Garças. São aptos à disputa: Emanuel Pinheiro (MDB), de Cuiabá; Zé Carlos do Pátio (SD), de Rondonópolis; Rosana Martinelli (PL), de Sinop;  Ari Lafin (PSDB), de Sorriso; Flori Binotti (PSD), de Lucas do Rio Verde; e Leonardo Bortolin (MDB), de Primavera do Leste.

 

Cinco inelegíveis

 

Lucimar Campos

VÁRZEA GRANDELucimar Sacre de Campos, paulista, empresária, assumiu a prefeitura em maio de 2015, com a cassação do prefeito Walace Guimarães (PMDB) e seu vice Wilton Coelho (PR); Walace foi condenado por crime de caixa 2 e abuso de poder econômico. Lucimar chegou ao cargo porque foi a segunda colocada na votação. Em 2012 venceu a disputa com 95.634 votos (76,16%).

A sucessão em Várzea Grande passa pelo senador democrata Jayme Campos, marido de Lucimar e que por três vezes foi prefeito do município, governou Mato Grosso e cumpre o segundo mandato alternado no Senado. Ainda não há afunilamento de nomes da situação e da oposição para a disputa. No grupo situacionista a palavra final será de Jayme: tanto pode ser um nome em cogitação quanto algum tirado da manga da camisa.

 

Fábio Junqueira
Fábio Junqueira

TANGARÁ DA SERRA – O professor e advogado paulista Fábio Martins Junqueira (MDB) conhece bem a política de seu município, onde foi vereador por três legislaturas consecutivas, vice-prefeito e cumpre seu sétimo ano na prefeitura, mas nem isso lhe permite imaginar quem o sucederá.

O cenário político em Tangará mudou no ano passado, com a eleição do médico nascido em Portugal, João José de Matos, o Dr. João (MDB) para deputado estadual. Estreante em política, Dr. João revirou as entranhas políticas do município causando a derrota dos deputados estaduais Wagner Ramos (PSD) e Saturnino Masson (PSDB), ambos ali residentes.

O posicionamento de Dr. João será muito importante para a definição dos rumos de Tangará.

 

 

Francis Maris
Francis Maris

CÁCERES – O empresário paulista Francis Maris Cruz (PSDB) sonha acordado em ser senador. Em nome desse projeto político não tão sigiloso, deverá costurar seu apoio para sua sucessão, independentemente de sigla partidária.

O caldeirão político em Cáceres tem a presença do deputado federal Leonardo Albuquerque, o Dr. Leonardo (SD). Francis e Dr. Leonardo deverão medir forças em 2020 representados por candidaturas de seus interesses.

 

Asiel Bezerra
Asiel Bezerra

ALTA FLORESTA – O médico paranaense Asiel Bezerra de Araújo é fiel ao MDB e deverá apoiar um nome de seu partido para sucedê-lo – e em tese esse deverá ser o suplente de deputado estadual em exercício e ex-prefeito Romoaldo Júnior. No entanto, Romoaldo é alvo de ações judiciais e investigações por supostas improbidades administrativas, o que poderá afastá-lo da disputa.

Além de Romoaldo, também são citados enquanto prováveis candidatos: a ex-prefeita em dois mandatos Maria Izaura (PDT) e Ademir Brunetto (PT), que foi deputado estadual.

 

Roberto Farias
Roberto Farias

BARRA DO GARÇAS – A cadeira do empresário e administrador de empresas Roberto Ângelo Farias (MDB) na prefeitura é sonhada por um grupo expressivo. Dentre os nomes que eventualmente poderão concorrer, o vice-prefeito e advogado Weliton Marcos Rodrigues de Oliveira (PL); o delegado regional de Polícia Civil, Adilson Gonçalves; o empresário Sandro Saggin  (sem partido), que é filho do ex-deputado estadual e ex-prefeito de Torixoréu, Lincoln Saggin, e de Olinda Saggin, que também administrou Torixoréu; e o ex-vereador Lázaro Carvalho (DEM), O prefeito fica distante das articulações políticas e não manifestou apoio a nenhum nome.

 

Seis podem disputar

 

Emanuel Pinheiro na deprimente cena do Paletó
Emanuel Pinheiro na deprimente cena do Paletó

CUIABÁ – O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB) costura seu nome dentro e fora de seu partido, com forte suporte na mídia, do movimento comunitário e junto a importantes caciques. Mesmo com espaço na Imprensa, Emanuel Pinheiro convive com o fantasma do Paletó. Todos na capital e muitos nos demais municípios sabem do que se trata Paletó: em agosto de 2017 a TV Globo exibiu no Fantástico, vídeos de ex-deputados estaduais recebendo maços de dinheiro de Sílvio Corrêa, à época chefe de Gabinete do então governador Silval Barbosa. Com o bolso do paletó já abarrotado, Emanuel Pinheiro deixou cair um pacote da dinheirama – a sabedoria popular não o perdoou e lhe deu o apelido de Paletó. Em delação homologada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, Silval e Sílvio revelaram que o dinheiro era pagamento de mensalinho em troca de apoio na Assembleia. Além de Emanuel Pinheiro, também apareceram nos vídeos José Domingos Fraga, Alexandre Cesar, Luciane Bezerra, Hermínio Barreto e Airton Português (em companhia de sua irmã e ex-secretária de Estado Vanice Marques).

O caso Paletó aparentemente está abafado. Caso Emanuel Pinheiro chegue à convenção antes que o episódio resulte em eventual condenação, o mesmo deverá tentar a reeleição. Seu nome é paparicado pelo deputado federal e presidente regional do MDB, Carlos Bezerra, e pela vice-presidente da Assembleia Legislativa, Janaína Riva (MDB).

A disputa em Cuiabá sempre passa pelo crivo do Palácio Paiaguás. O governador democrata Mauro Mendes apadrinha seu secretário de Saúde e vereador licenciado Gilberto Figueiredo (PSB). O radialista Roberto França Auad, que foi vereador, deputado estadual, deputado federal e prefeito costura seu nome e tenta encontrar espaço no DEM, mas naquela sigla tromba com Mauro Mendes por conta de Gilberto Figueiredo.

O presidente da Assembleia, Eduardo Botelho (DEM) figura entre os prováveis candidatos, mas Botelho enfrenta uma investigação do Ministério Público, que o acusa juntamente com outros deputados, por um desfalque de R$ 30 milhões no Detran.

O ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PDT), que já tentou sem sucesso ser prefeito, colocou o nome para a disputa.

Mauro César Lara de Barros (PSOL), procurador do Ministério da Fazenda e identificado nos meios político por Procurador Mauro, disputou as últimas eleições municipais e estaduais. O Procurador Mauro nunca participa da movimentação política fora do período eleitoral, mas sua presença nas urnas em todos os pleitos é tão certa quanto a noite após as 19 horas.

A chefe do Procon em Mato Grosso e advogada Gisela Simona (PROS) surge como nome natural após seu desempenho nas urnas no ano passado, quando disputou mandato de deputada federal ficando na suplência, mas em Cuiabá recebendo a maior votação para o cargo.

 

Zé do Pátio
Zé do Pátio

RONDONÓPOLIS –  O engenheiro civil, matemático e professor universitário José Carlos Junqueira de Araújo, o Zé do Pátio (SD) só não disputa eleição em ano que a mesma não se realiza. Foi vereador em três mandatos, deputado estadual em igual número, é prefeito pela segunda vez alternada e foi cassado em 2012 no último semestre de seu primeiro mandato na prefeitura – por crime de abuso de poder econômico, mas posteriormente foi absolvido tardiamente. Zé do Pátio terá presença garantida na disputa.

O deputado estadual e ex-vereador Thiago Silva (MDB) está ao pé do altar vestido de noivo esperando a noiva prefeitura chegar.

O vereador em terceiro mandato Thiago Muniz (DEM) está de olho na cadeira de prefeito, que foi ocupada por três vezes por seu primo e guru Percival Muniz.

Ibrahim Zaher (PSB), empresário e ex-vereador é pré-candidato. Ibrahim é filho do empresário Mohamed Zaher que foi vereador e secretário municipal.

O agricultor, empresário e arquiteto Adilton Domingos Sachetti (PR), que cumpriu mandato de deputado federal na última legislatura e que tentou o Senado no ano passado, está em cena brigando pela prefeitura. Adilton foi prefeito (2005/08), tentou a reeleição e foi batido por Zé do Pátio.

 

Rosana na campanha em 2016
Rosana na campanha em 2016

SINOP – A empresária Rosana Tereza Martinelli (PL) tentará a reeleição; Rosana foi vice-prefeita.

Nilson Aparecido Leitão (PSDB), que foi vereador, deputado estadual, duas vezes prefeito e duas vezes deputado federal é cotado para a disputa. No ano passado, Leitão tentou sem sucesso o Senado.

O deputado federal Juarez Costa (MDB), foi vereador, deputado estadual e duas vezes prefeito. Juarez sinaliza que deverá concorrer à prefeitura – Rosana foi sua vice-prefeita.

 

Air Lafin na campanha em 2016
Ari Lafin na campanha em 2016

SORRISO – O prefeito Ari Genésio Lafin (PSDB) foi vereador em três mandatos consecutivos pelo PMDB e secretário municipal. O nome de Lafin é citado enquanto candidato à reeleição.

Ederson Dal Molin não é nome muito conhecido em Sorriso, mas se alguém perguntar por Xuxu Dal Molin (PSC) até os postes responderão que é um agricultor e deputado estadual que foi vereador, vice-prefeito e suplente de deputado federal. O nome de Xuxu Dal Molin é um dos ventilados para a prefeitura.

 

Binotti
Binotti

LUCAS DO RIO VERDE – Eleição em Lucas do Rio Verde é sempre muito acirrada. Em 2016 o empresário Otaviano Olavo Pivetta (PDT) cumpria seu terceiro mandato – também foi deputado estadual e secretário de Estado – e tentou a reeleição, mas quem venceu foi o agricultor Flori Luiz Binotti (PSD), que foi apoiado pelo então vice-governador e residente naquela cidade, Carlos Fávaro. Flori recebeu 14.408 votos e Pìvetta 14.166. Pivetta teve o registro de sua candidatura cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral na antevéspera do pleito e quando reverteu a situação foi tarde demais – a decisão judicial prejudicou seu desempenho nas urnas.

No ano passado, Pivetta se elegeu vice-governador. Também em 2018, o vice-prefeito de Binotti, Sílvio Fávero, se elegeu deputado estadual pelo PSL

 

PRIMAVERA DO LESTE – Eleito vereador em 2016 e presidente da Câmara no começo de 2017, Leonardo Tadeu Bortolin (MDB) assumiu a prefeitura interinamente com o afastamento do prefeito Getúlio Viana (PSB), que foi condenado em Primavera, no Tribunal Regional Eleitoral e no Superior Tribunal Eleitoral (5 a 2) por crime de abuso de poder econômico na campanha. Em eleição suplementar realizada em 19 de novembro de 2017 Bortolin foi eleito prefeito.

A principal oposição a Bortolin é feita pelo grupo de Getúlio Viana e seu irmão Zeca Viana (PDT), que foi deputado estadual em duas legislaturas, mas que não se reelegeu no ano passado. Com a cassação de Getúlio e a derrota de Zeca, aparentemente o prefeito terá uma avenida pela frente em sua tentativa de reeleição, já que seu grupo sustenta que o mesmo será candidato.

 

População dos 11 maiores municípios

 

Cáceres
Cáceres

Cuiabá – 607.153, Várzea Grande – 282.009, Rondonópolis – 228.857, Sinop – 139.935, Tangará da Serra – 101.764, Cáceres – 93.882, Sorriso – 87.815, Lucas do Rio Verde – 63.411, Primavera do Leste – 61.038, Barra do Garças – 60.661, Alta Floresta – 51.615

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 e 8 – Arquivo

2 – J.L. Siqueira

3 – PM Tangará da Serra

4 – Youtube

5, 6, 9,10, 11 e 12 – Assessoria

7 – Sobre imagem da TV Globo

13 – Cáceres

 

 

 

 

 

 

 

 

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