Prefeitos torram dinheiro público em Brasília
Mato Grosso em crise e paralelamente a isso prefeitos embarcam para Brasília numa delegação chefiada pelo presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), Neurilan Fraga, para uma agenda de dois dias que não convence nem mesmo as madrinhas de batismo dos participantes. Em suma; a viagem é mais uma facada nas fragilizadas finanças das prefeituras, ou simplesmente, um discurso oficial pra justificar gasto desnecessário mais conhecido como torrar dinheiro público.
Neurilan mobiliza prefeitos, secretários municipais e vereadores para uma agenda na terça-feira, 9, e no dia seguinte, na Confederação Nacional dos Municípios (CNM). A pauta seria pressionar o Congresso Nacional pra que inclua os municípios na reforma da Previdência, ora em tramitação.

Numa nota à imprensa, Neurilan diz, “O presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga, está mobilizando os prefeitos para estarem em Brasília nos próximos dias 9 a 10 de julho (terça e quarta-feira), para participarem de um movimento pela inclusão dos municípios na Reforma da Previdência. O encontro será às 9h na sede da Confederação Nacional dos Municípios. A votação do projeto em plenário está prevista antes do recesso, marcado para 17 de julho…“.
Essa viagem não tem sentido prático. Os congressistas que falarão por Mato Grosso na reforma da Previdência podem ser contactados pelos prefeitos, sem necessidade da reunião na CNM. Não há muito a acrescentar sobre isso. A ida a Brasília é um gesto cinematográfico ou o que se chama de jogar para a plateia. Esse piquenique bancado com dinheiro público é também uma forma de mostrar que a AMM é uma instituição cuja existência é plenamente justificada.
Esse tipo de procedimento acontece sem que a Imprensa o questione – ao contrário, o noticia como se fosse algo absolutamente necessário e imprescindível.
O CASO – Na prática é fantasioso o prefeito ir a Brasília buscar apoio do senador Jayme Campos (DEM), quando ele sempre se faz presente em Várzea Grande, ou dos senadores Selma Arruda (PSL) e Wellington Fagundes (PL); ou do deputado federal Carlos Bezerra (MDB), que é figurinha carimbada em Cuiabá e Rondonópolis; ou ainda dos deputados José Medeiros (Pode), Rosa Neide (PT), Neri Geller (PP), Emanuel Pinheiro Neto (PTB), Juarez Costa (MDB), Dr. Leonardo (SD) e Nelson Barbudo (PSL). Esse tipo de conduta nos remete ao causo do português encarregado de contar o gado na porteira do curral – que respondendo ao que lhe perguntou se a contagem estava certa. Altivo respondeu seu método infalível pra quantificar o rebanho: conto os cascos, divido por quatro e pronto. Em Mato Grosso a AMM também divide por quatro.
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