29 – AGRO – PPP Caipira com o agronegócio aumentou a malha rodoviária pavimentada

A principal matriz de transporte no Brasil é rodoviária. No começo dos anos 2000, quando o agronegócio se expandia vertiginosamente em Mato Grosso, produtores rurais enfrentavam problemas para escoamento, pela precariedade das rodovias, muitas delas carentes de pontes e dependentes de balsas. Dessa realidade nasceu a Parceria Público-Privada chamada de PPP Caipira, que resultou no programa rodoviário estadual Estradeiro executado pelo governo de Blairo Maggi. Seu berço: Lucas do Rio Verde. Seus mentores: os prefeitos Otaviano Pivetta, anfitrião, e Reinaldo Tirloni, de Tapurah, ambos produtores rurais.
Em sua primeira visita a um município após ser eleito governador em outubro, Blairo Maggi vai a Lucas do Rio Verde para ouvir o agronegócio no qual buscava o norte para seu governo, ainda – faltando 21 para a posse – sem um plano administrativo definido. Produtores rurais e políticos se espremem para ouvi-lo, mas há pouco a dizer, exceto o muito obrigado pela votação consagradora.
Mesmo sem plano definido Blairo sabe que a menina dos olhos do governo será a pavimentação de rodovias. “Por todos os lugares onde ando, ouço três pedidos: asfalto, asfalto e asfalto” não cansava de dizer o governador eleito, desde a divulgação do resultado que o botaria no Palácio Paiaguás em substituição a Rogério Salles.
Em Lucas o chororô com Blairo não foi diferente. Chovia muito e enquanto isso a uma só voz a população pedia asfalto, mas não para uma rodovia. Era uma pavimentação manga curta entre a cidade e o novo aeroporto à margem esquerda da MT-449 no sentido Lucas-Tapurah.
Pisando no escuro, Blairo tremeu e não empenhou a palavra. Lucas o pressionou. Sem saída o governador eleito propôs que a prefeitura bancasse parte da pavimentação em parceria com o governo. Pivetta assumiu as rédeas da reunião. Disse que aquela obra seria muito pequena para compartilhamento. Audacioso, lançou um desafio: “Lucas do Rio Verde e nossos produtores rurais estão dispostos a serem parceiros na pavimentação da MT-449 daqui a Tapurah“. Reinaldo Tirloni, prefeito de Tapurah, saltou da cadeira e acrescentou, “Pivetta, Tapurah também está nessa”.

“Asfalto agora!”, gritou Pivetta.
Pagot, braço direito de Blairo e que seria secretário de Infraestrutura, abraçou o desafio e de microfone em punho desenhou imaginários mapas de Mato Grosso com seus municípios interligados por asfalto.
Pagot observou que as rodovias mato-grossenses são no sentido norte-sul e que era preciso criar uma malha leste-oeste alimentadora da primeira. A malha alimentadora ganhou o nome de espinha de peixe.

Assim, debaixo de muita chuva, relâmpagos e trovões, nasceu o maior programa rodoviário mato-grossense, o Estradeiro, que em boa parte foi bancado por produtores rurais e prefeituras, com o governo arcando com a fatia maior por meio de recursos do Fundo Estadual de Habitação e Transportes (Fethab) e outras fontes.
Dentre outras cidades, o Estradeiro interligou por asfalto as cidades de Santa Carmem, Tapurah, Santa Rita do Trivelato, São José do Rio Claro e outras ao conjunto das rodovias federais que cruzam Mato Grosso.
A participação dos produtores rurais foi decisiva para a expansão da malha rodoviária estadual. Com a PPP Caipira o agro contribuiu para o desenvolvimento de Mato Grosso.

FITA – Em 29 de novembro de 2003, na comunidade União, distante 25 quilômetros de Lucas, Blairo, senador Jonas Pinheiro, deputados, Pivetta, Tirloni, Pagot e outras autoridades receberam o ministro dos Transportes, Anderson Adauto, para o corte simbólico da fita da pavimentação da MT-449 , a Rodovia da Mudança. A obra custou R$ 26 milhões – a metade paga pelo governo; o restante pelos produtores e prefeituras. O preço do quilômetro pavimentado foi de R$ 270.833.
À margem dessa rodovia, em Lucas, Mato Grosso ganhou um de seus maiores parques agroindustriais com destaque para o frigorífico da BRF Brasil Foods.
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