Boa Midia

Kadafi, Alcolumbre, Maia, Botelho e o silêncio regional

Kadafi, preciso
Kadafi, preciso

Parlamento não é baile de debutantes. Ao contrário das festas das meninas que desabrocham para a vida, as casas parlamentares, em todos os níveis, são, em sua essência, encontros de lobos. Encontros de vorazes lobos com peles democráticas. Descrente no Legislativo o líder líbio e ditador Muammar Kadafi escreveu em seu polêmico Livro Verde, que, “Parlamento é ausência do povo“.

Aos vorazes lobos com peles democráticas se juntam a voz das redes sociais. Triste acasalamento.

Críticas a Alcolumbre no Senado
Críticas a Alcolumbre no Senado

Enquanto vereadores, deputado estaduais, deputados federais e senadores vendem a alma ao poder que tem a chave do cofre, na internet vozes se levantam criticando o parlamentar distante, mas via de regra fazendo silêncio sobre o legislador que tem poder político em sua base territorial – base do internauta que navega por rede social.

Quantas vozes de levantaram nas redes sociais em Mato Grosso criticando a eleição do senador amapaense Davi Alcolumbre (DEM) para presidente do Senado? Não seria fácil quantificá-las.

Quantas vozes crucificaram Rodrigo Maia (DEM/RJ) que se manteve presidente da Câmara dos Deputados? A resposta é a mesma do questionamento sobre Alcolumbre.

Maia, também criticado
Maia, também criticado

Ao invés do grito vigoroso contra as eleições para a Câmara e o Senado, a continuidade de Eduardo Botelho (DEM) na Presidência da Assembleia Legislativa de Mato Grosso não foi questionada – há exceção – maciçamente como aconteceu no caso do Congresso.

O que é pior para Mato Grosso: Alcolumbre e Maia ou Botelho?

O Senado e a Câmara são figuras institucionais distantes. Interferem, sim, em Mato Grosso, mas nada que a bancada federal não possa conter.

Silêncio cúmplice sobre Botelho?
Silêncio cúmplice sobre Botelho?

E Botelho? Sim, Botelho, o deputado denunciado pelo Ministério Público de integrar uma organização criminosa que lesou o Detran em R$ 30 milhões?  Além dessa condição desabonadora o presidente da Assembleia é peça da engrenagem política de seu correligionário governador Mauro Mendes, que botou o servidor público e o setor agropecuário sob sua mira. Por que o silêncio sepulcral sobre sua continuidade à frente da Assembleia, onde se encontra desde primeiro de fevereiro de 2017, quando o governador era Pedro Taques – guru de Mauro?

Alcolumbre e Maia são ungidos pelo presidente Jair Bolsonaro, com uma unção dada por Mauro Mendes a Botelho. Somos a ausência do povo citada por Gadafi. Pior: ausência silenciosa em nossa base territorial, que é onde o jogo de interesse acontece. Pobre cidadania de conveniência!

Eduardo Gomes – editor de blogdoeduardogomes

FOTOS:

1 – Reuters em arquivo

2 – Agência Senado

3 – Agência Câmara

4 – Secretaria de Comunicação da Assembleia Legislativa em arquivo

 

 

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