Boamidia e seu voo solitário

Sem prejuízo ao respeito devido aos colegas. Longe de atitude senhorial ou do esnobismo, mas a comunicação virtual precisa ser revista, antes que o resultado da indolência do internauta com a informação superficial do repórter transforme Mato Grosso (o Brasil como um todo) numa terra de desinformados, por mais que os mesmos internautas insistam em postar críticas e sugestões nas redes sociais com conhecimentos gerais que se comparam – lamentável – a profundidade de pires.
Site não deveria ser uma ferramenta de comunicação preocupada somente com o quantitativo das postagens – e em muitos casos com a prestação de serviços confiáveis aos governantes e legisladores que injetam dinheiro público para sua manutenção – por sorte nem todos são assim.
Site é empresa comercial como qualquer outra, mas mesmo precisando de faturamento não pode prevaricar nem criar volume informativo de superficialidade para se mostrar ao internauta – e também aos seus financiadores.
Boamidia não se desespera por postagem vulgar, sem qualidade informativa ou direcionada, ainda que que a mesma lhe renda acessos. Em nome da política da seriedade jornalística o site filtra artigos. Não se trata de censura nem de patrulhamento de ordem ideológica. É simplesmente zelo. Não é lógico permitir que um corrupto no mais amplo sentido dessa palavra, quer seja ou não condenado, assine artigo botando o dedo sobre tal e qual ferida. blogdoeduardogomes os exclui do mesmo modo em que joga no lixo a futilidade editorial de artigos, a exemplo daqueles assinados por professores de Deus, que escrevem ensinando o cidadão a progredir na vida. A exceção sobre tais corruptos existe. Quando um corrupto aponta o dedo para sujeira de outro – não em artigo de opinião – espaço moderado lhe é concedido dentro da máxima que nos ensinou o Dr. Ulysses Guimarães, “Quando dois corruptos brigam a gente dá razão a ambos“.
Nesta quinta-feira, 24, blogdoeduardogomes deixou de postar algumas notas que em outros sites ganharam destaques. Não o fez em nome da luta pela retomada do bom jornalismo que um dia existiu. Exemplos: uma nota da Polícia Civil dando conta de que o delegado Welber Batista Franco assume a Academia da Polícia Civil; e outra, sobre uma noiva que enfrenta uma doença grave e casou-se num hospital. A informação da Assessoria da Polícia Civil não informou o nome do delegado que deixa o cargo a Welber, ou se o mesmo estaria vago. Sobre a noiva, nenhuma informação quanto a data do acontecimento.
O noticiário sobre mortes e feridos no tráfego de veículos na concessão da Rota do Oeste na BR-163 não cita nomes de vítimas, o que é absurdo. Sites abrem manchetes sobre os acidentes sem rostos. blogdoeduardogomes não entra nessa corrente e nas raras vezes que o faz observa que a concessionária omite os nomes.
Mesmo sabendo que o volume de informação é chamarisco ao acesso – no mais absoluto sentido do quantitativo – blogdoeduardogomes não muda de postura. Em meio ao modelo de jornalismo em curso o site não se altera, para não correr o risco de regredir jornalisticamente.
O site tem consciência que é preciso oferecer mais informações, Para tanto é imprescindível boa equipe. É exatamente isso que tenta fazer, sem afogadilho, para não incorrer no erro de se transformar em mais um – não; isso não!
Jornalismo não pode se inspirar na algazarra da revoada. Ao contrário, ele tem que ser individualizado, para que seu canto seja ouvido com a responsabilidade de quem canta. A matéria escrita com o mesmo sentido por vários sites, ainda que recheada de expressões semelhantes, mas não exatamente com a mesma grafia, engessa a verdadeira Comunicação. Pena que o internauta em boa parte já se acostumou com esse estilo ou falta dele.
Por uma guinada na Comunicação sejamos pacientes à espera do voo isolado do pássaro, sem o barulho, a cor e o malabarismo das revoadas, mas com o diferencial da identidade que o voo em grupo ofusca.
Eduardo Gomes de Andrade – editor de blogdoeduardogomes
FOTO: Embrapa em arquivo
Excelente reflexão.
Parabéns Eduardo pelo posicionamento e profissionalismo.
Em qualquer área de atuação o mínimo que se exige e espera é ética, profissionalismo e amor ao ofício.
Mas, o tempo, implacável é justo julgador fará a seleção natural do meio.
Parabéns Brigadeiro