Assembleia afiada para votar calamidade financeira do jeito que Mauro quer

Na terça-feira, 22 deste janeiro, a Assembleia Legislativa vota o decreto de calamidade financeira enviado pelo governador democrata Mauro Mendes. A data da votação foi anunciada por Eduardo Botelho, correligionário de Mendes presidente daquele Parlamento.

O decreto é a oficialização da insolvência do governo. Uma vez aprovado, ganha peso de lei, o que permitirá a Mauro descumprir prazos para pagamentos a fornecedores e também a servidores e prestadores de serviço. Esse decreto é parte de um conjunto de medidas que o governador chama de Pacto por Mato Grosso. Sua vigência será de 180 dias.

Sem falar abertamente em calote ou atraso, Mauro disse apenas que envidaria todos os esforços para honrar os compromissos com os fornecedores; que definiria os serviços essenciais e que os pagamentos ocorrerão sempre que houver fluxo de caixa – ou seja, fora disso ou do entendimento da existência de recursos, o governo descumpre suas obrigações e se envereda pelo caminho da insolvência.

Tanto Mauro quanto Botelho acreditam o decreto será aprovado por unanimidade. Para justificá-lo, além de muito chororô, o governador cita que existe um montante de R$ 3,9 bilhões de restos a pagar.

O clima na Assembleia é de euforia com Mauro. Os deputados que se reelegeram procuram se aninhar em sua base que somente será definida após a posse da nova legislatura, em primeiro de fevereiro. Os parlamentares que não conseguiram a reeleição jamais votariam contra, porque todos estão de olho nas mamatas do governo.

Exemplo de deputado derrotado que encontrou espaço com Mauro é Silvano Amaral (MDB), que foi defenestrado nas urnas na tentativa de novo mandato na Assembleia, mas que já tem seu canto garantido no poder, com o fatiamento do governo, que lhe reservou a Secretaria de Agricultura Familiar. Allan Kardec (PDT) representa a identidade dos reeleitos com o novo governante: Allan ganhou a Secretaria de Cultura.

Da Redação

FOTO: J.L.Siqueira em recente arquivo