Nem Silval construiu trincheira a custo tão salgado assim
De Silval para Pedro a obra subiu 52,92%
No apagar das luzes o governo Pedro Taques inaugura a trincheira no trevo das rodovias estaduais 010 e 251, em Cuiabá. Executada com recursos do Prodestur, custou 52,92% mais caro do que a Trincheirona, construída em 2014 na administração do governador Silval Barbosa. O metro construído saltou de R$ 44.791 na era Silval para R$ 68.493 no curto ciclo do poder de Pedro.
A inauguração acontece às 14 horas nesta sexta-feira, 28, possivelmente com a presença de Pedro, que desde as eleições de outubro evita eventos aberto ao público. A trincheira, com 365 metros de extensão, recebeu o nome de Engenheiro Roberto Flávio Abbott de Castro Pinto. A 010 .é a Rodovia Arquiteto Helder Cândia, que liga Cuiabá a Acorizal; a 251 é a turística Rodovia Emanuel Pinheiro, que faz a ligação da capital com Chapada do Guimarães.
A Trincheirona tem 960 metros de extensão. Foi construída na Avenida Miguel Sutil e recebeu o nome de Engenheiro José Luiz de Borges Garcia; ela desafoga o trânsito no cruzamento da Miguel Sutil com as avenidas Dante de Oliveira (ex-Trabalhadores) e Jurumirim.
O custo inicial da Trincheirona foi orçado em R$ 36 milhões e seu cronograma não foi cumprido. A entrega ao tráfego ocorreu em 18 de novembro de 2014. No ato, Silval pediu desculpas pelo atraso de um ano e sete meses, mas não tocou na questão do aumento de R$ 7 milhões por meio de aditivo para a conclusão da obra. O governador simplesmente alegou que “chuvas e fluxo de caixa adiaram a inauguração”.
A construção da Trincheirona estava inserida ao pacote de obras da travessia urbana da capital para a Copa do Mundo de 2014, como parte do componente do projeto de mobilidade urbana de Cuiabá e Várzea Grande para o Mundial. Segundo Maurício Magalhães, à época titular da Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo) a travessia foi executada por meio de um convênio de R$ 165 milhões do governo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes(Dnit); o emaranhado das versões sobre desembolso não deixa claro quanto cada um dos conveniados despejou na Trincheirona.
Prodestur – Quem bancou a nova trincheira foi o Prodestur, que é um programa de desenvolvimento estratégico da cadeia produtiva do turismo, voltado a investimentos em infraestrutura turística mato-grossense e criado em 2010. Seu principal foco é o desenvolvimento com geração de emprego e renda, tanto para o cidadão quanto para o município, pois é uma linha de crédito diferenciada na área de operações sociais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que o irriga financeiramente e que por seu intermédio despeja R$ 250 milhões em Mato Grosso a título de empréstimo.
Vitória – O governo vê como ponto alto administrativo a trincheira Engenheiro Roberto Flávio Abbott de Castro Pinto. Com o Palácio Paiaguás quase às moscas nenhuma autoridade convidou a imprensa para passar a limpo a construção. A diferença de preço entre a obra do confesso governo corrupto de Silval e sua similar no governo de Pedro – até recentemente endeusado, passa ao largo do noticiário e a aprovação de suas contas deverá receber as chancelas da Assembleia Legislativa e do Tribunal de Contas do Estado, como tradicionalmente acontece. Nada mais. Nem demais.
Da Redação
FOTOS:
1 – Divulgação Gabinete de Comunicação do Governo de Mato Grosso
2 – José Medeiros em arquivo
Comentários estão fechados.