Boa Midia

40 ANOS – Arena existe de fato, mas não de direito

Arena Pantanal, palco de jogos da Copa do Mundo
Arena Pantanal, palco de jogos da Copa do Mundo

Construída em Cuiabá na administração do ex-governador Silval Barbosa para a Copa do Mundo de 2014, a Arena Multiuso Pantanal foi orçada em R$ 395 milhões, mas ao término da obra o custo disparou para R$ 646 milhões. Sua capacidade é para 43.150 torcedores. Inaugurada com um amistoso sem gols entre Mixto e Santos Futebol Clube, aquela praça esportiva foi palco de quatro jogos do Mundial, disputados pelas seleções da Nigéria, Bósnia e Herzegovina, Japão, Rússia, Coreia do Sul, Chile, Austrália e Colômbia. Desde então sediou jogos do Campeonato Brasil das séries A, B, C e D; Campeonato Mato-grossense; Copa do Brasil; Copa Verde; e amistosos. Mesmo com a arena em pleno funcionamento o governador Pedro Taques não considera que sua obra foi concluída e chegou a interditá-la no começo de seu governo.

Multiuso, a Arena Pantanal tem parte de suas dependências destinada à Escola Estadual José Fragelli, inaugurada em maio deste ano e com 315 alunos matriculados nos ensinos Fundamental e Médio; além da grade curricular comum à rede escolar mato-grossense ela prepara atletas de alto rendimento, o que lhe confere o título de Estádio-Escola – pioneiro no Brasil.

Arenas construídas para a Copa de 2014 estão sob o crivo do Ministério Público Federal (MPF) por indícios de superfaturamento e delação de empresários e executivos de construtoras. No entanto, o aumento considerável do custo da Arena Pantanal passou despercebido pelos órgãos e autoridades que deveriam fiscalizá-lo:

O Tribunal de Contas do Estado (TCE), que mantinha uma sala na sede da Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) para acompanhamento em tempo real da qualidade do material, cumprimento do cronograma e controle do custo orçado. Sem notar sequer uma pequena diferença que fosse o TCE aprovou as contas relativas à construção da Arena Pantanal.

O ministro da Agricultura e senador licenciado Blairo Maggi presidia no Senado a Subcomissão de Acompanhamento das Obras da Copa e nada notou.

O governador Pedro Taques era senador naquele período e também ficou calado.

A Assembleia Legislativa criou uma comissão de acompanhamento das obras, que era composta por Jota Barreto (presidente), Baiano Filho, Emanuel Pinheiro, Luiz Marinho e Airton Português, e que tinha na suplência Mauro Savi, Wagner Ramos, Adalto de Freitas, Alexandre Cesar e Walter Rabello (já falecido). Essa comissão viu um mar de rosas na obra.

Os atuais deputados federais e que à época exerciam o mesmo cargo, Carlos Bezerra, Ságuas Moraes, Nilson Leitão e Valtenir Pereira nada viram. O deputado federal Ezequiel Fonseca era deputado estadual e aplaudia freneticamente o projeto Copa do Mundo.

O MPF e o Ministério Público Estadual acompanharam as obras em ações inclusive compartilhadas, mas não destoaram da classe política.

Os prefeitos de Cuiabá Chico Galindo e Mauro Mendes nada disseram: calados estavam, calados continuam.

 

EDUARDO GOMES/blogdoeduardogomes

FOTO: José Medeiros

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies