Boa Midia

2017 – Programa Pró-Mineração não sai do papel

 

Garimpo de ouro em Poconé
Garimpo de ouro em Poconé


Pró-Mineração foi apenas um projeto a mais que não vingou em 2017
. Anunciado em 23 de março pelo governador Pedro Taques, foi por águas abaixo.

Alinhavado em três eixos,  o Programa de Desenvolvimento da Mineração de Mato Grosso (Pró-Mineração) foi criado para fomentar o setor mineral. Seu anúncio foi secundado pelo então secretário de Desenvolvimento Econômico, Ricardo Tomczyk, e o à época presidente da Companhia Mato-grossense de Mineração (Metamat), Marcos Vinícius Paes de Barros, num evento em Cuiabá com a participação do deputado estadual Oscar Bezerra (PSB), prefeitos e representantes do setor.

Tomczyz apresentou o esboço do Pró-Mineração, calcado em três eixos: legislação, meio ambiente e de enquadramento às normas do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que é vinculado ao Ministério de Minas e Energia.

O eixo da legislação seria a criação da tributação para a cadeia mineral que incluísse água mineral, calcário, brita, areia, argila, pedras coradas, diamante, ferro, ouro, manganês, lapidação, zinco etc. Tomczyk explicou que tal legislação com força de lei, inexistia e que o setor é normatizado por decretos e portarias, “temos que levar isso (os decretos e outros) para a forma da lei”, explicou. O ex-secretário salientou que em todos os eixos direta e indiretamente seria imprescindível a participação da Assembleia Legislativa e que os parlamentares estariam atentos ao Pró-Mineração.

A regulamentação ambiental do programa passaria pela Secretaria de Meio Ambiente (Sema). O enquadramento às normas do DNPM e a agilização das licenças por ele concedidas para a atividade mineral seriam discutidas por Taques com o presidente Michel Temer, o ministro de Meio Ambiente, Sarney Filho e a direção do DNPM. Essa discussão seria compartilhada com a bancada federal e a Assembleia.

Taques com Tomczyk (dir.)
Taques com Tomczyk (dir.)

Tomczyk acreditava que até junho o programa ganharia forma. Mas, ponderou que a formatação seria amplamente discutida pelos técnicos do governo com a Assembleia, prefeitos e vereadores dos municípios com áreas minerais, empresariado e cooperativas do setor.

A diversificação da cadeia mineral mato-grossense é grande, mas sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) estadual é em torno de 2%. Taques disse que queria aumentá-la e acreditava que o garimpo, a mineração, a indústria cerâmica, o envasamento de água, a extração de calcário, a lapidação, o artesanato e outras áreas desse segmento poderiam assumir lugar de destaque na economia estadual.

O governo esperava que o Pró-Mineração se transforme na base da primeira política pública para o setor. Desde a colonização e até então Mato Grosso experimentou ciclos minerais localizados. Taques acreditava que o programa substituiria a sazonalidade pela perenidade e ao invés de concentrar atividade, a pulverizaria, porque nos 141 municípios mato-grossense há minério em maior ou menor escala, mas com viabilidade econômica.

 

ROTATIVIDADE  – No governo Taques a Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec) do governo não é diferente das demais: troca permanentemente de secretário. Tomczyk, que secundou Taques no anúncio do Pró-Mineração, foi seu segundo titular. Em junho de 2016 Tomczyk substituiu Seneri Paludo. Em julho deste ano, Taques nomeou o suplente de deputado estadual tucano  e empresário Carlos Avalone para o cargo.

Com a saída de Tomczyk, o Pró-Mineração morreu. Avalone o retirou da pauta.

Eduardo Gomes/blogdoeduardogomes

FOTOS:

1- Marcos Vergueiro/Arquivo

2 – Mayke Toscano

 

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies