Boa Midia

Boa é a Ásia, onde ninguém fala em Farra dos Consignados

Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
eduardogomes.ega@gmail.com

Foto em Osaka, distribuída pelo Paiaguás – providencialmente com pouca nitidez

Se alguém imagina que o governador Mauro Mendes (União) preocupa-se em apurar a chamada Farra dos Consignados e informar à população sobre aqueles fatos, está enganado. Em plena efervescência do escândalo, o mandatário viajou para o Japão e a Coreia do Sul, na Ásia, do outro lado do mundo: mais: Mauro Mendes levou em sua delegação duas figuras centrais do caso: o secretário de Planejamento e Gestão (Seplag), Basílio Bezerra; e o chefe da Casa Civil, Fábio Garcia. Quem ninguém duvide: lá, nenhum asiático fala o assunto que tira o sono de milhares de servidores públicos nesta abençoada e ensolarada terra de perfeita harmonia entre governantes e legisladores.

Em suma, Basílio Bezerra é o titular da Seplag, que é o coração da engrenagem por onde passa a movimentação dos empréstimos consignados; e Fábio Garcia, responde pela Casa Civil, que é porta-voz do governo.  Com Mauro, Basílio e Fábio Garcia na Ásia, a efervescência perde força. É bom que se diga que a efervescência não passa pela Assembleia Legislativa, onde os 24 deputados, de longe, acompanham o cenário com disposição zero para a instalação de uma CPI sobre a Farra dos Consignados, com exceção dos dois parlamentares petistas, Lúdio Cabral e Henrique Lopes, que pregam no deserto.

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O escândalo foi denunciado pelo presidente do sindicato Sinpaig, Antônio Wagner, que apresentou documentos e reuniu queixas de servidores que sentem-se lesados por empréstimos de tanta natureza que até Deus duvida, e em muitos casos feitos por instituição bancárias que ainda não teriam sido apresentadas ao Banco Central.

Quando a rechonchuda delegação mato-grossense retornar da Ásia, todas as manchetes estarão voltadas para as boas-novas do governador e a Farra dos Consignados irá para debaixo do tapete. É preciso estar atento para os discursos de fachada dos que criticam o escândalo, mas que não fazem nada de prático para passá-lo a limpo. Essas vozes são do oportunismo, que tem a profundidade de um pires quando o assunto é seriedade.

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