RONDONÓPOLIS – Terminal volatiliza memória de pioneiros
Eduardo Gomes
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Decisão errada sempre pode ser corrigida. O prefeito de Rondonópolis, Cláudio Ferreira (PL) acaba de cometer uma injustiça com a memória de seu município ao escolher – e a Câmara aprovar – a denominação para o terminal rodoviário urbano, em construção na rua Fernando Corrêa da Costa entre as avenidas Rui Barbosa e dos Bandeirantes, na área central. Cláudio buscou na memória institucional brasileira o nome do Patriarca da Independência José Bonifácio de Andrada e Silva, figura que ocupa merecido lugar entre os heróis da Pátria, mas nem por isso creditado para contribuir com a volatilização dos construtores da moderna metrópole emergente à margem do rio Poguba e que tanto nos enche de orgulho.
O Patriarca da Independência é digno de todas as reverências, tanto quanto outros grandes vultos homenageados em Rondonópolis a exemplo do Marechal Rondon – que empresta o nome ao município – Marechal Dutra, Dom Pedro II, Presidente Médici, Rui Barbosa, Afonso Pena e até Marielle Franco. Porém, o ser rondonopolitano, ou seja aquele que viveu a cidade e ajudou a moldar seu perfil não pode jamais ser suplantado por uma figura externa, quando algo temático local precisa ser denominado.
O que é um terminal rodoviário urbano? Claro que todos os que bebem água do Poguba e das demais fontes podem responder com naturalidade. O que nem todos sabem é que em Rondonópolis, antes da demanda por um local para embarque, desembarque e integração entre linhas, pelas ruas ora empoeiradas ora enlameadas, circulavam veículos transportando passageiros entre o centro e Vila Operária atendendo ainda os bairros no trajeto, pela avenida dos Bandeirantes. O vaivém dos veículos nasceu dos sonhadores Aurino Feltrin e Rozendo Ferreira de Souza.

Cláudio não teve sensibilidade rondonopolitana e embarcou no plano nacional. Com um mínimo de direcionamento do pensamento para Rondonópolis o prefeito encontraria na curva do tempo os transportadores Rozendo Ferreira de Souza e Aurino Feltrin. Rozendo operou o transporte com um micro-ônibus Mercedes Benz 608, azul e branco; Aurino o fez com um Kombi bege.
Numa consulta popular conduzida pela prefeitura, Rondonópolis poderia escolher entre os dois pioneiros do transporte coletivo urbano o nome que julgasse melhor, sem demérito para o segundo colocado.
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Não seria difícil chegar aos dados biográficos dos dois. Rozendo presidiu a Câmara Municipal e cumpriu dois mandatos de vereador, e se tudo isso ainda fosse pouco, Cláudio é neto de Rozendo; Aurino era pai do ex-presidente da Assembleia Legislativa, Moisés Feltrin; ambos eram evangélicos.
Com o máximo respeito ao papel histórico do Patriarca da Independência. Mas, em assuntos domésticos, sobre próprios estaduais e municipais é preciso ciscar para dentro. É assim com o Hospital Regional Irmã Elza Giovanella; com o Estádio Luthero Lopes; com a MT-270 Rodovia José Salmen Hanze (Zé Turquinho) entre Rondonópolis e Guiratinga; com a MT-130 Osvaldo Cândido Moreno, entre Rondonópolis e o trevo com a BR-070, em Primavera do Leste; com a MT-270 Rodovia João Baiano, entre Rondonópolis e Fátima de São Lourenço (de Juscimeira); com o Aeroporto Maestro Marinho Franco; com a Biblioteca Municipal Rosa Bororo; e com o campus da UFR Jaime Fernandes Costa.
Lamentável a escolha de Cláudio. Triste papel da Câmara, que sempre no início das legislaturas teima em dizer ao prefeito. Rondonópolis, por seus vultos, precisa ser mais valorizada. Cláudio e a Câmara precisam recuar.
Parabéns ao nobre Brigadeiro por ser uma autoridade histórica sobre nossa Rondocity.
Sugeri meses atrás a um vereador amigo quando estava no velório do pai do deputado Zé Medeiros que pudesse dar um nome em uma das ruas da cidade de maior importância o nome do Senador Vuolo, tendo vista que Rondonópolis é intrínsecamente desenvolvida em dois períodos
Antes ferrovia
Pós ferrovia
Disse-me o vereador na época que teria que mandar os dados históricos e biografia do senador.
Eu perguntei vc não conhece ou não sabe?
Ele me disse que que não sabia
Acabou a conversa ali.
Rondonópolis não estima os seus pioneiros, ao menos lembram deles
Daniel Cunha – Engenheiro eletricista – Rondonópolis