O doce falar da Baixada Cuiabana sobe ao palanque em Barão de Melgaço
Eduardo Gomes
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Num pronunciamento no Salão Clóves Vettorato, no Palácio Paiaguás, sobre os 300 anos de Cuiabá, que seriam celebrados em 8 de abril de 2019, o governador Pedro Taques disse que ao desembarcar em Mato Grosso, o bandeirante Moreira Cabral foi saudado por dois Taques, que pescavam no rio que trouxe o fundador da nossa capital.
Pedro Taques não exagerou, pois os Taques são tricentenários na Baixada Cuiabana, de Barão de Melgaço a Rosário Oeste, onde a população fala cantarolado num português difícil de se entender, mas gostoso para se ouvir; onde o nome da mulher é associado ao do marido, mas com a grafia igual ao que se diz. Assim, na Baixada, Margareth não é do Munil, mas sim, Margareth de Munil.
Seguindo ao pé da letra o falar cuiabano da população que é a base da Baixada, em Barão a política e geógrafa Margareth Gonçalves da Silva, nascida naquele município, deixa de lado o sobrenome e adota tanto ao pé do fogão em casa quanto nos palanques a verdadeira carteira de identidade regional tornando-se assim, Margareth de Munil. De Munil por ser casada com o médico ortopedista e traumatologista, e que foi prefeito daquele município, Munil da Silva Taques – dos mesmosTaques que saudaram Moreira Cabral.
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Em 2020 Margareth de Munil se elegeu prefeita pelo PSDB, e agora e candidata à reeleição pelo União Brasil, em Barão, a cidade que herdou no nome o título do herói francês Augusto Leverger, que desviou o curso do rio Cuiabá diante de Barão, durante a guerra com o Paraguai, fazendo-o correr ao lado de uma elevação no topo da qual instalou canhões. A Armada inimiga o conhecia bem, sabia que tratava-se de um lobo do mar, e desistiu do plano montado para invadir Cuiabá.
Em Barão não se fala mais na proeza do herói. Os 7.300 habitantes querem apenas encontrar o caminho do desenvolvimento calcado no turismo e na pecuária, pois em 71 anos de emancipação o município permanece sem crescimento populacional e registrando péssimos indicadores sociais.
Margareth de Munil quer continuar na prefeitura e espera apoio do governador Mauro Mendes; do senador Jayme Campos; do deputado federal Fábio Garcia; e dos deputados estaduais Júlio Campos, Sebastião Rezende, Eduardo Botelho, Dilmar Dal Bosco e Beto Dois a Um, todos de seu partido. Se ela vencer, realmente precisará, mas não para desviar o rio como fez o herói, e sim para encontrar o caminho que Barão teima em não encontrar.
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