Boa Midia

Cuiabá abandona Guarantã e militares da FAB a abraçam

Eduardo Gomes

@andradeeduardogomes

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Guarantã

Com raras exceções a classe política em Cuiabá sempre deu banana para Guarantã do Norte – e para os demais municípios fora do perímetro compreendido entre o Trevo do Lagarto e o Coxipó da Ponte. Isolado, ao lado da divisa com o Pará, sem acesso pavimentado nem telefonia, Guarantã encontrou amparo num vizinho famoso internacionalmente, o Campo de Provas Brigadeiro Velloso, da FAB, que todos chamam carinhosamente de Base Aérea do Cachimbo. A cidade resistiu ao desprezo, cresceu e agora vê na disputa eleitoral dois suboficiais da Base Aérea do Cachimbo disputando sua prefeitura.

A Base Aérea do Cachimbo ocupa uma área de 21,6 mil km² (do tomando de Sergipe ou Israel), no município de Novo Progresso, que faz divisa com Guarantã. Militares da FAB são familiarizados com Guarantã, onde, inclusive, compram parte dos itens da cantina que os alimenta.

No vaivém das viaturas da FAB, dois militares criaram fortes vínculos com Guarantã: os subtenentes Joelson Vanderlei Neri, que nasceu em Barra do Garças, e Alberto Márcio Gonçalves, carioca. Ambos estão aposentados.

O subtenente Márcio Gonçalves, é advogado e montou escritório em Guarantã, onde descobriu o vírus da política. Em 2020, pelo PSL então de Bolsonaro, elegeu-se vereador com 506 votos ficando em terceiro no cômputo geral; o subtenente é candidato a prefeito pelo Novo.

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Nery também foi infectado, mas até então permaneceu longe das urnas; quando servia na Base Aérea do Cachimbo, o posto de Nery inicialmente era de sargento e ele ficou conhecido pelo nome de guerra Sargento Nery. Militar faz questão que o chamem pelo posto ou patente real, jamais admitindo tratamento diferente, porém, Nery aceitou bem o “Sargento Nery”, pois assim Guarantã o conheceu quando ali desenvolvia programas sociais.

Os dois militares além da disputa entre eles ainda terão que enfrentar Marcelo de Castro Souza, o Marcelão (PSD) ,e Valcimar José Fuzinato (PRD).

A chapa do Subtenente Márcio Gonçalves se completa com sua correligionária, a catarinense Vanda Klement. Em outra chapa, também partidária, o Sargento Nery (PL) dobra com o paranaense Ricardo Cavalvante Colombo.

O AMANHÃ – O vencedor do pleito administrará um dos municípios mais promissores de Mato Grosso, e que em breve consolidará sua condição de fornecedor de insumos, alimentos e outros itens para o eixo paraense da BR-163, a Cuiabá-Santarém, que do lado de lá da divisa é chamada de Santarém-Cuiabá.

MEMÓRIA – Em 1980 o Incra, em parceria com a Cooperativa Tritícola de Erechim (Cotrel), Empresa Brasileira de Engenharia e Construção (Ebec), Construtora Triunfo e apoio financeiro do Banco Nacional de Crédito Cooperativo BNCC, iniciou a implantação do projeto de assentamento Parque Peixoto de Azevedo, ao longo da BR-163, numa área da União superior a 1 milhão de hectares.

Um ano depois, o presidente do Incra, Paulo Yokota, lançou um pacote de obras na região, para construir 600 quilômetros de estradas vicinais, postos de saúde, escolas e fomentar a política agrária que tinha como uma de suas principais metas assentar pequenos agricultores do Rio Grande do Sul que foram desapropriados de suas terras para a formação do lago da hidrelétrica do rio Jacuí e, também, outros brasileiros que trabalhavam em lavouras do Paraguai, os chamados brasiguaios, além de regularizar posses já existentes.

Executor do Incra na região, o cearense José Humberto Macêdo entusiasmou-se com o projeto e pediu autorização a Yokota para fundar uma cidade às margens da BR-163. O sinal verde foi dado, o arquiteto do Incra Sérgio Antunes de Freitas planejou e elaborou um projeto urbanístico e, assim, em 2 de junho de 1981, nascia a vila de Cotrel – primeiro nome do lugar. Foram abertas duas ruas no KM 725, que mais tarde receberiam os nomes de Avenida Jatobá e Avenida Alcides Moreno Scampelini.

Guarantã do Norte, com 31 mil habitantes e sede de comarca, emancipou-se de Colíder em 13 de maio de 1986, por uma lei sancionada pelo governador Júlio Campos. O pai do lugar, José Humberto, é cartorário e foi prefeito.

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