Boa Midia

Uma cidade melhor para o melhor povo – assim Jaime Marques quer Colíder

Eduardo Gomes

andradeeduardogomes

eduardogomes.ega@gmail.com

“Uma cidade melhor, para o melhor povo”. Com esta frase o ex-prefeito de Colíder e candidato a prefeito daquele município, Jaime Marques (Podemos) apresentou duas demandas do deputado estadual e vice-presidente eleito da Assembleia, Júlio Campos (União). Além dos pedidos, que Júlio Campos assegurou que viabilizará, os dois políticos falaram sobre temas diversos sobre Colíder e sobre a campanha eleitoral.

Jaime Marques e Júlio Campos são amigos longa da data e em nome dessa relação Jaime Marcos procurou o deputado solicitando a construção de um centro de hemodiálise em Colíder e a instalação de uma unidade do Instituto Médico Legal (IML) naquela cidade. O deputado garantiu que em 2025 destinará uma emenda parlamentar para a obra do centro de hemodiálise, e que viabilizará junto ao governador Mauro Mendes (União) a instalação do IML .

Jaime Marques narrou a Júlio Campos a dificuldade que enfrentam portadores de doenças renais que necessitam de hemodiálises, “eles viajam 150 km até Sinop, três vezes por semana, para as sessões de hemodiálise, o que resulta num percurso total de 900 km”, disse Jaime Marques. Quanto à falta do IML Jaime Marques explicou que corpos às vezes permanecem até por três dias à espera de um perito do IML de Sinop, para serem liberados para sepultamento.

Júlio Campos revelou a Jaime Marques que sabe bem o que é depender de hemodiálise, pois até 2017 ele enfrentava sério problema renal causado por uma hepatite, mas que naquele ano, após esperar na fila de transplante, conseguiu um doador e ganhou vida nova. “Minha primeira emenda em 2025 será para a hemodiálise em Colíder, que se Deus quiser estará sob a administração do meu amigo Jaime Marques, que eu e minha família chamamos de Jaiminho”.

Sobre o IML o deputado assumiu compromisso com Jaime Marques de acompanhá-lo ao governador Mauro Mendes, “para sairmos da audiência com a autorização para a construção do IML”.

Júlio Campos  e Jaime Marques conversaram demoradamente. O candidato a prefeito pediu apoio para zerar o déficit habitacional em seu município, de aproximadamente três mil moradias; para reforçar a agricultura familiar, canalizando máquinas, equipamentos agrícolas e insumos para os pequenos agricultores; citou a precariedade da frota do transporte escolar; a necessidade da aquisição de um ônibus para transporte de pacientes para Sinop e Cuiabá; e necessidade de aumentar e dar manutenção ao maquinário rodoviário que responde pela conservação de 1.280 km de estradas. “Espero vencer a eleição e uma vez prefeito também precisarei de ajuda para construir cerca de 100 ponte de madeira de tamanho variado, e para substituir as pequenas pontes por aduelas”, resumiu.

Júlio Campos disse que tanto seu gabinete quanto o gabinete de seu irmão e senador Jayme Campos (União) estarão abertos para Jaime Marques, e o elogiou por compor sua chapa com a contadora e servidora pública municipal Kátia Alves do Santos, do PRTB. “Saiba Jaiminho, que em 1972 fui eleito prefeito de Várzea Grande, e que escolhi para minha chapa a bancária e professora Josefina Cruz Coelho, que foi a primeira vice-prefeita da minha cidade”.

COLIGAÇÃO – Jaime Marques e Kátia Santos disputam a prefeitura pela coligação Podemos Mais por Colíder, formada pelo Podemos, PRT, PSB e a DC,e alicerçada num grupo expressivo de candidatos a vereador.

MUNICÍPIO – Colíder é sede de comarca de segunda entrância, da 23ª Zona Eleitoral e de uma Vara da Justiça Federal. A cidade conta com uma unidade do Corpo de Bombeiros Militar e seu Hospital Regional é referência do SUS no entorno do município. Sua área é de 3.093,171 km² e sua população é de 31.500 habitantes . As vilas de Zé Reis, Sol Nascente, Trevo Ouro Branco, Cafenorte, Léo Baiano, Santo Reis, Veraneio e Marco de Cimento resistiram ao êxodo rural iniciado com a decadência do café.

A cidade é parcialmente pavimentada, a água chega aos domicílios, mas a coleta e o tratamento de esgoto desafiam a prefeitura. O maior evento na região é a Expolíder, exposição agropecuária e industrial de Colíder.
Banhada pelo rio Teles Pires, Colíder ganhou uma UHE com capacidade para gerar 300 MW.

O grande orgulho da cidade é um mural entalhado em mogno representando a Santa Ceia do Senhor Jesus Cristo. A peça fica aos fundos do altar da Igreja São João Batista da Paróquia João XXIII. Mede 11,50 m por 3,65 m. Foi entalhada pelo artista local Mário da Silva com apoio de Nelson Silva, Anísio Matias e Antônio Rodrigues e apresentada aos fiéis da igreja em 18 de abril de 1993. “O orgulho tem razão de ser”, observou o padre Vitório Sachi numa conversa que tivemos em 2000. Sachi tinha razão. Afinal, a obra de arte dos colidenses é a maior do gênero na América Latina.

MEMÓRIA – Em 1973, o paranaense Raimundo Costa Filho, principal sócio da Colonizadora Líder e com experiência em colonização em seu estado, colocou à venda lotes na Gleba Cafezal, onde mais tarde surgiria a cidade de Colíder. A área total do imóvel permanece uma incógnita tal a balbúrdia agrária que reinava em Mato Grosso na época. O primeiro agricultor da Gleba Cafezal foi Luiz Marques da Silva, de Paranavaí (PR). Depois dele, chegaram outros pioneiros para o cultivo da principal lavoura da região, o café.

Um ranchão da colonizadora foi a primeira construção da vila de Cafezal inaugurada por Raimundo em 7 de maio de 1973. Esse ranchão servia para alojamento de compradores de terra, enfermaria para tratamento de malária e funcionava ainda como uma espécie de cozinha comunitária. Ao lado dele surgiram bares, armazéns, farmácias, postos de combustíveis, residências, escolas, igrejas, oficinas, escritórios e assim nasceu uma das mais importantes cidades do Nortão.

O nome Cafezal durou pouco. Em menos de dois anos foi mudado para Colíder, por dupla razão: a nova denominação significava a junção da primeira sílaba de colonizadora com a palavra líder – Co+líder – e também podia ser entendida como surgimento de outra grande cidade no Nortão, a exemplo do que acontecia 150 quilômetros abaixo no sentido Pará-Cuiabá, onde Ênio Pipino construía Sinop.

O ciclo do café em Colíder foi curto. No final da década de 1970 o município transformou a pecuária em sua principal base econômica, muito embora naquele período tenham sido descobertos muitos garimpos de ouro que foram explorados por quase duas décadas até o declínio da atividade. Mais recentemente a lavoura da soja chegou ao município e já ocupa importante espaço no contexto econômico.

Colíder tornou-se distrito de Chapada dos Guimarães em 28 de julho de 1976 por uma lei sancionada pelo governador Garcia Neto. Em 18 de dezembro de 1979 ganhou autonomia municipal por uma lei de autoria do deputado Osvaldo Sobrinho aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo governador Frederico Campos.

O grande salto para o desenvolvimento aconteceu em 1985 quando o governador Júlio Campos inaugurou a pavimentação da BR-163, do Trevo do Lagarto e Nova Santa Helena, e a MT-320, de Nova Santa Helena a Colíder.

Comentários estão fechados.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Vamos supor que você está bem com isso, mas você pode optar por sair, se desejar. Aceitar Leia Mais

Política de privacidade e cookies