Série (VI) – Em quem votar ou não votar – Adilton Sachetti
Eduardo Gomes
@andradeeduardogomes
Adilton Sachetti (Republicanos) de Rondonópolis é o sexto pré-candidato a prefeito focalizado pela Série Em quem votar ou não votar, que aborda aleatoriamente os nomes que estão em pré-campanha para a Prefeitura de Cuiabá e dos municípios de Barra do Garças, Várzea Grande, Sinop, Rondonópolis e outras importantes cidades mato-grossenses.
A série começou com Beto Farias (PL), de Barra do Garças; e prosseguiu com Lúdio Cabral (PT) e Victorio Galli (DC), ambos de Cuiabá; Mariano Kolankiewicz (MDB), de Água Boa; e Teti Augustin (PT), de Rondonópolis.
ESTRANHO – Ailton Chacrete… Adilson Xaxete… Airton Sunchete… Anilton Só Sete… . Muitos em Rondonópolis não sabiam ao certo o nome do afilhado político do governador Blairo Maggi, escolhido candidato a prefeito pelo PPS. Isso em 2004, com a popularidade de Blairo no alto, pouco contava. O importante era eleger o felizardo. Assim, Adilton Sachetti sob as bênçãos do padrinho Blairo venceu a eleição para a prefeitura com 30.932 votos derrotando o então deputado federal Wellington Fagundes (PL), com 27.931 votos; o à época deputado estadual Zé Carlos do Pátio (PMDB), com 26.133 votos; e Carlos Ihamber (PDT), com 1.153 votos. Transcorridos quase 20 anos, bem conhecido naquela cidade e nos demais municípios, o nome de Adilton – agora com pronúncia correta – volta à cena enquanto pré-candidato a prefeito – com citações para disputar o cargo de vice-prefeito.
Adilson não é do PSDB, mas adota postura tucana, no muro, e do sapo penetra na festa no céu: “não sei nadar, me joguem nas pedras”. Assim, publicamente ele admite que poderá ser candidato a vice-prefeito na chapa do emedebista e bezerrista deputado estadual Thiago Silva, quando na verdade seu sonho é que o padrinho de sua primeira candidatura em 2004, diga: compadre, vai nessa.

Presidente regional do Republicanos, Adilton é apoiado pelo vice-governador e correligionário Otaviano Pivetta, que tem peso zero na política de Rondonópolis, e do padrinho Blairo, que no governo executou importantes obras naquele município e fortaleceu sua política de industrialização.
Política é a ciência social onde o exatamente correto pode virar incorreto, e esse tornar-se corretíssimo. Portanto, toda possibilidade de desfecho tem que ser considerada e nenhuma está descartada.
O primeiro passo político
Em 2004, Adilton mesmo apadrinhado, bateu na trave para eleger-se prefeito. Para facilitar a caminhada do afilhado de Blairo, seus aliados políticos na cidade trataram de escolher um candidato a vice que tivesse cheiro de povo. Manoel Machado, o Maneco (PSL), militante comunitário em Vila Operária, caiu como luva no projeto. Vila Operária é um distrito com vários bairros densamente povoados, que a título de peso eleitoral pode ser comparado ao CPA em Cuiabá ou ao Cristo Rei, em Várzea Grande. Mais: aquela região é um reduto do antigo PMDB (agora MDB) por força da liderança do padre Lothar Bauchrowicz, que endeusa o cacique Carlos Bezerra – à época Bezerra era o avalista de Zé Carlos do Pátio, que foi um de seus adversários na disputa.
Com Blairo abençoando e Maneco quebrando a pose nobre de Adilton a campanha avançou. Certa noite Adilton seguiu para um comício numa vila, mas não sabia o caminho nem onde exatamente ficava aquela comunidade. Nas imediações de Vila Operária parou o carrão ao lado de um grupo que conversava. Baixou o vidro e sem cumprimentar ninguém perguntou onde ficava uma tal de Vila Clarion. Recebeu a informação e perdeu alguns votos.
Eleito e empossado passou a se sentir filho único da rainha Elizabeth da Inglaterra, que estaria doente e a poucos suspiros de entregar-lhe a coroa e o reino. Sua administração teve aprovação popular, mas ele não soube viver o calor humano que é a grande marca de Rondonópolis.

Quatro anos depois de entrar na prefeitura, Adilton saiu pela mesma porta. Em 2008 tentou a reeleição pelo PR. Recebeu 46.975 votos perdendo para Zé do Pátio (PMDB), que conquistou 51.775 votos.
Naquela eleição João Antônio Fagundes (PR), filho do então deputado federal e agora senador liberal Wellington Fagundes, foi companheiro de chapa de Adilton; e Marília Salles (PSDB), mulher do ex-governador e ex-prefeito Rogério Salles, fez dobradinha com Zé do Pátio.
Na tentativa de reeleição Adilton aproximou-se da população, mas não chegou ao ponto de comer pastel na Barraca da Tia Zizi, na feira-livre de Vila Aurora. Isso, não!

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