Boa Midia

Muitos políticos e poucos serviços públicos

A prefeitura onde quase nada se faz
Em Rondonópolis é assim. A cidade faz e a classe política desfaz. Porém, a força da primeira supera a contramão da outra. Claro que nem todos os políticos jogam contra o município, mas a parcela que veste a camisa da Terra de Daniel Moura e Irmã Luiza é pequena. Em meio a isso o município se desenvolve. Seu crescimento é tanto, que nem sempre a população observa o vácuo na prestação de serviço público e somente o enxerga quando sente na pele sua ausência, como agora, com a pandemia do novo coronavírus pela falta de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs), de insumos hospitalares e até de equipes médicas. 

 

Empresário não queima dinheiro nem investe por amor ao lugar. Quando uma planta frigorífica ou esmagadora de soja se instala em Rondonópolis a motivação é financeira. Porém, a indústria não investe em creche, escola, saneamento, pavimetnação urbana ou habitação, por óbvias razões, já que essa atribuição é da prefeitura e em alguns casos dos governos estadual e federal.

O prefeito Zé do Pátio busca promoção pessoal ao citar o percentual de tratamento de esgoto, como se fosse obra consolidada e executada exclusivamente em sua aministração, o que não é verdade. A limitação na área resulta no lançamento de esgoto in natura no rio Vermelho em quantidade correspondende ao de uma cidade com 24 mil haibtnates. Um crime ambiental.

A pandemia certamente despertará o rondonopolitano para a realidade de sua classe política. O município tem quatro deputados estaduais, que juntos recebem mensalmente R$ 260 mil em verba indenizatória, a manjada VI. No período de cinco meses, de março a julho, esses parlamentares abocanharam R$ 1.300 com esse pokpudo mimo financeiro bancado pelo contribuinte – não confundi-lo com salário. O quarteto é formado por Thiago Silva (MDB), Delegado Claudinei (PSL), Nininho (PSD) e Sebastião Rezende (PSC).

Considerem que em Sinop um grupo de 14 municípios incluindo aquele,  que formam um consórcio regional de saúde se juntaram e instalaram nove UTIs no Hospital Regional. Essas UTIs custaram R$ 550 mil. Imaginem se as VIs dos quatro deputados tivessem sindo canalizadas para a criação de UTIs no Hospital Regional Irmã Elza Giovanella. Se assim fosse a região ganharia 18 UTIs e ainda contaria com R$ 200 mil para outra destinação no enfrentamento da doença.

Em plena pandemia Thiago Silva costura par ser prefeito, e pouco antes dessa crise de saúde o Delegado Claudinei virava Mato Grosso pelo verso e reverso distribuindo honrarias. É preciso debitar a eles parte da crise da saúde no município, mas é imprescindível botar no mesmo barco os deputados federais Carlos Bezerra (MDB) e José Medeiros (Podemos) e o senador liberal Wellington Fagundes.

A responsabilização pela crise na saúde tem que chegar à Câmara Municipal, onde a maioria matou no ninho a tentativa de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar supostos desvios na compra de equipamentos e produtos para enfrentamento da pandemia. Em razão dessa suspeita o Ministério Público pediu e o Tribunal de Justiça afastou a secretária municipal de Saúde,  Izalba Diva de Albuquerque Oliveira. O eleitor rondonopolitano precisa reagir nas urnas contra o atrelamento de vereadores com Zé do Pátio.

A Câmara também tem sua parcela de culpa

A cidade continuará crescendo empresarial e industrialmente, mas sua prestação de serviços, sobretudo os essenciais, ficarão sempre a reboque. Em 2019 a economia rondonopolitana superlativa exportou US$ 1,56 bilhão (FOB) em commodities agrícolas para todos os continentes. Em 2020, mesmo com a pandemia, o ritmo econômico é mantido. Porém, enquanto os indicadores da balança comercial mostram vitalidade, rondonopolitanos morrem por falta de UTI, a exemplo do sindicalista e aposentado Nilton Rosa dos Santos, o NIltão dos Aposentados.

Uma cidade que não cuida de sua gente pode até ser grande, mas nem por isso deixa de ter uma face desumana. Que as indústrias continuem se instalando em Rondonópolis, e até mesmo no primeiro Distrito Industrial, à margem da BR-163/364, onde o casamento da incúria dos governos de Mauro Mendes e Zé do Pátio teima em deixa-lo intrafegável. Mas, que além do fortalecimento do parque fabril a população tenha direito a serviços básicos, que inclusive são assegurados por lei.

Eduardo Gomes – blogdoeduardogomes

FOTOS:

! – Matusalem Teixeira – Prefeitura de Rondonópolis

2 – Site público da Câmara Municipal de Rondonópolis

 

1 comentário
  1. Inácio Roberto Luft Diz

    Notícia sem romance! Quero ver quando chegar a vez do Araguaia!

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