Mato Grosso elege prefeito sem participação de eleitor

Eleição para prefeito, sim, mas sem participação direta do eleitorado. Ou seja, pleito indireto. É isso que sobra para Lambari D’Oeste, na faixa de fronteira. Não se trata de ilegalidade, mas de mais uma constatação da morosidade da Justiça Eleitoral. Em suma, uma chapa com prefeito e vice será eleita pelos vereadores em uma data que será definida pela Câmara Municipal, conforme determinou o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), no dia 9 deste junho. Até essa definição o município permanece com o prefeito em exercício, o vereador Josivan Medeiros, o Dandan (PL)
Em 2016 Lambari elegeu o prefeito Edvaldo Alves (PSB) e seu vice Zaqueu Batista (PL). Essa chapa foi cassada pelo TRE. no final de 2019, por crime de abuso de poder econômico. Presidente da Câmara, Dandan assumiu a prefeitura. A Justiça Eleitoral marcou para 26 de abril a eleição suplementar para prefeito e vice, pra que a mesma coincidisse com outra, essa pra preenchimento de uma vaga no Senado, aberta com a cassação da senadora Selma Arruda (Podemos) e ora bionicamente ocupada por Carlos Fávaro (PSD), que foi derrotado ao cargo em 2018 – esse pleito não aconteceu em razão da pandemia do coronavírus e Mato Grosso amarga o constrangimento de ter um senador que não foi escolhido nas urnas.

Também por morosidade judicial há exatamente oito anos, no dia 13 de junho de 2012, a Câmara Municipal de Rondonópolis elegeu prefeito o presidente da Câmara, que exercia o cargo de prefeito, Ananias Filho (PR) em substituição ao titular, Zé Carlos do Pátio (PMDB), que juntamente com sua vice Marília Salles (PSDB) foi cassado por abuso de poder econômico.
Pátio foi cassado em 15 de maio e Ananias assumiu a prefeitura interinamente. Com sua eleição foi sacramentado no cargo. Sua vice foi a jornalista Valéria Bevilacqua (PMDB). A chapa de Ananias recebeu nove voto; em segundo lugar, o vereador Mohamed Zaher (PSD), com três votos; e em último o ex-vereador petista Juca Lemos, que não recebeu voto.
O CRIME – Pátio foi cassado por abuso de poder econômico. Na campanha em 2008 a Justiça Eleitoral autorizou que ele e seu adversário e prefeito Adilton Sachetti (PR) confeccionassem cada, até 500 camisetas temáticas para serem vestidas no dia da eleição por delegados e fiscais. A empresa contratada por Pátio produziu 538 camisetas e as entregou ao candidato. Daí pra degola foi um passo. A ação se arrastou com morosidade. Faltando menos de sete meses para o término de seu mandato Pátio foi cassado. Ananias ficou no cargo até 31 de dezembro.
Pátio foi absolvido quando não era mais prefeito.
Em Tangará da Serra, Saturnino Masson (PSDB) foi eleito prefeito indiretamente, mas por cassação do titular do cargo, Júlio Cesar Ladeia (PR) e seu vice, José Jaconias (PT) por improbidade administrativa . Quatro vereadores que participaram do esquema que degolou Ladeia, também foram cassados.
Redação blogdoeduardogomes
FOTOS: Arquivo blogdoeduardogomes
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