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Medeiros ministro? E Bezerra como fica?

José Medeiros é Bolsonaro desde criancinha
José Medeiros é Bolsonaro desde criancinha

A alardeada nomeação de José Medeiros para o Ministério do Turismo será uma banana do presidente do presidente Jair Bolsonaro para o cacique Carlos Bezerra.

Política tem razões que a própria razão desconhece – como diria o poeta. Porém transformar em ministro o deputado federal José Medeiros pode ser o mesmo que riscar fósforo ao lado do pavio de dinamite.

O conteúdo político mais destacado no campo especulativo em Mato Grosso é a aventada nomeação de Medeiros para o Ministério do Turismo em substituição ao baleado ministro Marcelo Álvaro Antônio, deputado federal pelo PSL mineiro e que carrega no currículo, para efeito político, o invejável diploma de deputado federal mais votado em Minas Gerais (pleito de 2018) com 230.008 votos.

Medeiros, filiado ao Podemos, é vice-líder do governo e Bolsonaro desde criancinha. Álvaro Antônio é um ministro na corda bamba, acuado por  graves denúncias: dirigente do PSL de Minas, o deputado teria cometido crimes eleitorais lançando candidatas laranjas para a Câmara e supostamente teria manipulado recursos destinados à campanha eleitoral.

Se  Álvaro Antônio for exonerado (ou pedir demissão) do cargo, Medeiros poderá substitui-lo. Porém, caso tal mudança aconteça, a relação de Bolsonaro com o poderoso MDB sofrerá uma ruptura de difícil reconciliação.

MDB é o partido mais governista do mundo. Mesmo sem eleger presidente, sempre está no poder desde Collor passando por Itamar, FHC, Lula e Dilma. Esse partido tem contornos feudais regionais- em Mato Grosso quem o controla é Bezerra. Em todos os estados os filiados respeitam o caciquismo. Essa é uma regra implícita.

Medeiros e Bezerra são da mesma cidade: Rondonópolis. Em março, Bolsonaro demitiu Teté Bezerra, mulher de Bezerra, da presidência da Embratur, sob uma grave acusação: ela estaria se preparando para promover um jantar com figuras da esfera turística mundial, que custaria R$ 290 mil aos cofres públicos. Teté jura que em 28 daquele mês entregou carta de exoneração a Álvaro Antônio, mas Bolsonaro insiste que a demitiu.

Se Bolsonaro prestigiar Medeiros, arrumará animosidade com Bezerra. A nomeação poderia soar com desafio ao cacique, uma vez que o deputado passaria a ser titular do ministério que controla a Embratur.

Figuras próximas a Bezerra dizem que ele estaria magoado com Bolsonaro. Independentemente do sentimento do cacique em relação ao presidente, seu voto em primeiro turno foi favorável à reforma da Previdência. Resta saber como ele reagiria caso seu colega de Câmara chegue ao Ministério do Turismo.

Redação blogdoeduardogomes

FOTO: Agência Câmara

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